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28 novembro 2003

De regresso à Música

Amanhã é dia de Brendel, um dos melhores entre os maiores pianistas de todos os tempos, na Gulbenkian, às 7 da tarde, Beethoven, as 4 primeiras Bagatelas, Rondós, op. 51 n.º 1 e 2 e a sonata n.º 11, de Mozart a sonata K. 576 e a sonata D.480 de Schubert.

Alfred Brendel é talvez o mais reconhecido intérprete vivo de Beethoven embora não se conheça nem gravado nem ao vivo uma prestação que não seja de elevada intensidade musical e técnica. Curiosamente foi quase um autodidacta, nascido na Morávia, hoje República Checa, residindo em Londres de há uns anos a esta parte.
Tem gravado Beethoven, Schubert, Schumann, Mozart, Mussorgsky, Liszt, Schöenberg, mas nunca Chopin. Perguntaram-lhe porquê em reportagem para a BBC, em 2001, ano em que completou 70 anos. Porque nada tenho a acrescentar, disse humildemente, ao que Cortot deixou.
Deixo as palavras àcerca deste personagem ímpar do piano de outro músico:

I was right at the beginning of my twenties when I first worked with him and he's since become a very good friend. But I can remember the first performance just thinking what he is asking me to do is so difficult and is such a stretch. I really despaired at one point that I would ever be able to. Nowadays what he asks is just bloody difficult instead of completely impossible and we've done so much together that I think we understand each other's rhythms.
Disse Simon Rattle.

Resta-me a mágoa de não poder estar presente neste fim de tarde que se prevê muito elevado.
Vão, quem puder não perca, não deixe a vida passar ao lado!