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24 março 2004

Ideias Soltas - novo endereço









Não sou conhecedor bastante,

mas ando com a sensação de que a governação deste país anda mesmo muito mal! Surgem sempre organismos externos a contradizer o que o governo anuncia e, no caso, um até insuspeito para os partidos no governo, o FMI.
Poderá não ser nada, poderá ser uma mera impressão de um cidadão distante dessas coisas!

23 março 2004

Inveja ou falta de discernimento, mesmo!

Neste país, de facto, quem sobressai da mediocridade instalada é alvo dos mais vis e variados ataques. Dos invejosos, dos despeitados, dos alinhados, dos distraídos, dos mal-formados...!
Aviz retoma o assunto da propriedade da atribuição de um subsídio do ex-IPAE e do financiamento decorrente de um contrato-programa estabelecido entre Belgais e o Ministério da Educação respondendo ao Tempestade Cerebral. Diz o que é preciso dizer, apesar do que já tinha dito, corroborado pelo Liberdade de Expressão, pelo Klepsýdra e pelo Adufe e por estas Ideias Soltas.

Nada a acrescentar a não ser a estranheza com que ciclicamente o projecto Belgais é atacado, seja por afectos ao actual governo ou ao anterior! Mais uma vez se lembra que estes financiamentos não são atribuídos para concretização de um efémero evento, nem para o pagamento de vencimentos a músicos, actores os escritores, nem para "projectos nacionais de itinerância"! São atribuídos para a formação artística de jovens, acesso à qual todos deveriam beneficiar, e à formação de novos públicos para que mais tarde consigam fruir de algo mais que telenovelas ficcionadas ou "reais" e concursos televisivos. Se ao Estado cumpre um papel de proporcionar uma educação o mais abragente possível, já que por falta de rendibilidade os privados não investem, é nesta área e não no subsídio à criação ou à divulgação ou à itinerância culturais!
Eu sei que o facto de a Portugal Telecom ter decidido subsidiar apenas Belgais no que à música diz respeito grangeou muitos dissabores e eu até sou um dos que tem saudades do "Em Órbita" do Jorge Gil, mas não é atacando Maria João Pires que me dá fundamento para pugnar pelo regresso do "Em Órbita"

Mais estranho, ainda, que quem ataca Belgais e mais meia-dúzia de projectos, nada diga do que a sociedade civil gasta a pagar ordenados a mais de uma centena de actores do D. Maria dos quais mais de metade não se apresenta a público uma única vez no ano ou no que a SIC está a receber do Estado, do orçamento para o serviço público de televisão, a troco de ceder programas de qualidade duvidosa do seu arquivo para serem emitidos pela RTP África e RTP Internacional, isso sim, uma vergonha nacional!

Regresso ao Pax Julia

José Filipe Murteira, funcionário da Câmara de Beja, responsável pelo seu departamento sócio-cultural, foi desde já nomeado Director Artístico do Pax Julia que iniciará a sua programação lá para o final do ano, princípio de 2005.
Sobre este assunto já aqui e aqui manifestei a minha discordância relativa ao modelo que a Câmara enunciou, através do seu Presidente, para a gestão, direcção artística e programação daquele espaço.

Julgo que ninguém terá dúvidas de que fundadamente não acredito que este modelo de gestão vá servir, em plenitude, as carências que a região sente e que o Pax Julia poderia e deveria colmatar.
No entanto, é com muita estranheza e, devo dizer, alguma repulsa, que leio mais de 3 dezenas de emails de cidadãos anónimos e outros nem por isso a manifestarem-me a sua «solidariedade» com o meu desacordo e a incentivarem-me a não desistir de «denunciar» e «lutar» no sentido de inverter a situação. Ora, a estas senhoras e senhores apenas pergunto porque é que não se manifestaram nos locais próprios atempadamente? Porque razão é que tentam «estimularem-me» a aqui escrever sobre o que já escrevi quando podem, de viva voz, dizer o que acham por bem ou até apresentarem-se na Câmara Municipal às Terças-feiras, dia em que o Sr. Presidente recebe os seus munícipes? Entendamo-nos, isto não é um orgão de comunicação institucional nem tão pouco o seu autor pretende transformar este espaço num «bota-abaixismo», muito menos partidário. Exercem o vosso dever de cidadania a que têm direito num Estado democrático. Pensem que esse direito, ao qual muito poucos têm acesso neste mundo, é antes do mais um dever!

Por último e dirigindo-me directamente ao Sr. Dr. José Filipe Murteira, pessoa por quem nutro simpatia e respeito, desejo as maiores felicidades no desempenho das suas novas atribuições, mantendo, contudo o meu desacordo quanto ao modelo de gestão. Não é a experiência conseguida através das programações da Bejarte (muito haveria a dizer, em especial na promover dos artistas regionais) e da produção da Agenda Cultural que dão experiência bastante para um bom desempenho da gestão do Pax Julia, nem tão pouco a concentração numa pessoa da negociação do orçamento com a Câmara da qual depende directamente, nem da gestão orçamental face a uma hipotética programação e muito menos uma direcção artística. O Sr. Dr. Murteira diz no último Diário do Alentejo que pretende que o Pax Julia «venha a ser para as artes do espectáculo o que a Biblioteca Municipal de Beja foi e é para a leitura pública» e eu desejo sinceramente, pelos motivos que adiantei, que o Pax Julia não venha a ser o que a Casa da Cultura foi e é para as artes do espectáculo, para a formação de novos públicos, para a captação de competências e valores artísticos na nossa região.

Dito isto, reitero o meu sincero desejo de felicidades ao Sr. Dr. José Filipe Murteira, sem qualquer cinismo, entenda-se.

22 março 2004

Belgais na encruzilhada esquerda/direita

Como parece ser já institucional «os alinhados» por uma esquerda ou direira auto-purgam-se do mínimo pensamento ou ideia que não seja enquadrável dessa redutora dicotomia. O que lá não encaixa é marginal, não passível equacionar ou sequer de ser!

Maria João Pires, em entrevista oa «El Pais» queixa-se do incumprimento por parte do Ministério da Educação do contrato celebrado com Belgais e o facto do próprio Ministério repetidamente publicitar ter já entregue muitos euros a Belgais. Após Maria João Pires ter marcado presença na manifestção de 22 de Março esquerda e direita começaram a defender e a atacar o projecto Belgais através de posições sobre a propriedade ou não de subsídios estatais. É pena, dos que li, que não façam a mínima ideia do que estão a falar e insistam do cimo do seu arrogante desconhecimento a debitar disparates!

Ilustremos:

1 - Maria João Pires deu uma entrevista a um periódico espanhol e não a um português. É verdade! O que não é verdade é que Maria João Pires tenha recusado qualquer entrevista aos periódicos nacionais ou às televisões e rádios públicas e privadas.

2 - Maria João Pires não pede subsídios para a sua actividade como concertista nem para gravações, bem pelo contrário, todo o dinheiro que consegue com essa sua actividade coloca-o ao serviço do projecto Belgais. Este projecto de instrução/formação e divulgação ímpar é subsidiado a vários títulos, a saber:
2.1 - Produção de espectáculos e captação de novos públicos consubstanciados em concertos para as escolas na região de Castelo Branco, pelo Ministério da Cultura através do extinto IPAE e actual IPA (donde me parece provir estas notícias de sobre-financiamento) e passo a transcrever a missão definida para este contexto:

Concertos para as Escolas
Além da temporada regular de concertos de Belgais, que este ano inclui concertos mensais dedicados a vários países ou regiões, o Centro para o Estudo das Artes de Belgais criou recentemente uma nova modalidade de concertos, especialmente dedicados a escolas que queiram visitar o centro.
Nestes concertos serão apresentadas diversas obras do repertório clássico que, pelas suas características, são de uma mais directa e evidente assimilação por parte de um público jovem, e por outro lado trata-se de repertório que suscita estimulantes referências a universos extra-musicais como a literatura, as artes plásticas, etc.

Estes concertos serão comentados e haverá sempre espaço para um diálogo aprofundado entre o público e os músicos intervenientes sobre todos os aspectos relacionados com o fenómeno musical, desde os instrumentos, até à rotina de estudo ou ao nervoso de estar num palco.
Trata-se de uma forma estimulante de fazer chegar a jovens estudantes o mundo dos grandes mestres da música, criando pontes e relações com universos culturais que lhes são familiares, evitando assim algum tédio que, por vezes, formas de apresentação pouco imaginativas, ou escolhas de repertório pouco adequadas, podem provocar.


2.2 - Depois do Ministério da Educação determinar o encerramento de várias escolas do ensino básico dos arredores rurais de castelo Branco, Belgais propos-se acolher os alunos dessas escolas que seriam deslocados, apresentando um projecto educativo para o efeito, onde a formação e sensibilização para a arte teria uma presença idêntica às restantes áreas do saber e sentir, tendo o Ministério da Educação celebrado o primeiro Contrato-Programa com uma entidade privada para assegurar o ensino básico do qual se tinha demitido, com o prazo de 50 anos. Chama-se a este projecto "A Escola da Mata" sendo o atraso do cumprimento do financiamento deste projecto ímpar a que Maria João Pires se referiu. Passo a transcrever a missão que Belgais assumiu para si própria neste projecto:

Escola da Mata
Os projectos com crianças assumem-se como prioritários nos temas e objectivos do Centro para o Estudo das Artes de Belgais. Neste contexto, nasceu o projecto de uma Escola Primária Bilingue, baseada no estudo das Artes. Uma escola que pretende, ao longo dos anos, edificar um projecto global de intervenção cultural e social dedicado não só à população da Beira Baixa, mas a todos os que desejem fazer parte deste projecto inovador, que desincentiva a desertificação e que repõe a confiança das populações na sua região através das artes eruditas e tradicionais.

O projecto educativo da Escola da Mata apoia-se em três pilares fundamentais: a presença das artes na educação básica, o bilinguismo e uma consciência activa dos valores da comunidade em que a escola se insere. Pretende-se, desta forma, acrescentar a uma abordagem séria e criativa dos programas urriculares, um ensino que possa desenvolver nas crianças valores consolidados de integridade e auto-estima.
Assim, todas as áreas curriculares da escola devem, de algum modo, reflector os três pilares anteriormente referidos nos seus conteúdos programáticos


Há quem diga que estas crianças são beneficiadas em relação às restantes. Têm toda a razão. Belgais providencia a suas expensas, o transporte, a alimentação e dormida se necessário for aos seus alunos. Nisso têm toda a razão!

Estes são os subsídios do Estado que Belgais aufere perfeitamente enquadrados em princípios que deveriam orientar a atribuição de subsídios dos Ministérios da Cultura e da Educação já que é evidentemente o seu carácter pedagágico na formação de jovens a que o Estado se demitiu e não à prossecução de concertos itinerantes ou dúbias produções teatrais!

Quanto aos restantes doações, patrocínios e apoios recebidos por Belgais deixo aqui o rol para que possam constatar que mesmo apesar dos que abordei, os do Estado, os restantes são bem mais representativos:

Doações

Sua Alteza Real, o Príncipe de Gales
Hattori Foundation
Carlson Family Foundation
Jacob Foundation

Patrocínios actuais

Electricidade de Portugal
Portugal Telecom
Instituto Português das Artes do Espectáculo
Banco Português de Negócios
Yamaha Pianos
Deutsche Grammophon Gesellschaft
Grupo Lusomundo

Apoios

Ministério da Educação
Câmara Municipal de Castelo Branco
Câmara Municipal de Idanha-a-Nova
Jornal do Fundão
Revista Raia


É por isto que talvez me exceda quando vejo, em nome de esquerda ou direita que ainda não sei o que é senão o tratamento evidente de clientelas, dizerem e escreverem coisas só porque gostam de o fazer pois demonstram um cabal desconhecimento do assunto de que se reservam no direito de abordar.

Sobre este assunto ver o que escreveu Aviz, Bloguítica e outros que, eventualmente, não tenha detectado.

21 março 2004

Reflexões de fim-de-semana

1 -Depois de lamentar as mortes de Madrid, Francisco José Viegas manteve, no seu Aviz, um período de silêncio e só agora, na Grande Reportagem deste Sábado, é que leio as suas impressões, serenas, assertivas e muito distantes do que apelidou de excessos. Permita-se o excerto porque vale a pena ler quem busca, mesmo seguro das incertezas que o todos assolam, a segurança de analisar e caracterizar o que é possível com os dados existentes:

Foi uma lição importante para os governos e para os eleitorados. Aos governos ensinou o valor, ainda que oscilante, da palavra «transparência»; aos eleitorados mostrou a importância da sua força real. Há muito tempo que, na história política da Europa, a democracia nã dava sinais de uma tal vitalidade. Fiquemo-nos pelas lições acerca da transparência: a sensação de que o Ministério do Interior de Espanha sonegava informações, ou atrasava a sua divulgação, foi fatal. A essa sensação inicial acrescentou-se a confirmação do autismo: quando todos os dados apontavam para a inclusão de um bando terrorista árabe na lista dos possíveis autores dos atentados de Madrid, o Governo insistia na sua “tese basca”. Ou seja o PP perdeu as eleições por tentar manipular a informação – coisa que praticava, aliás, com abundante menosprezo pela inteligência dos cidadãos. Essa lição deve ser aprendida em Portugal, onde existe uma tendência semelhante para o autismo por parte de alguns ministérios: durante os incêndios de 2003, com o número das mortes durante a «vaga de calor», a propósito das listas de espera nos hospitais, sobre «a natureza do défice».
(...)
Infelizmente, há outro dado importante a reter das eleições espanholas: o valor do medo. O bando terrorista que matou 200 espanhóis a 11 de Março planeou antecipadamente a matança para a véspera das eleições. De certo modo, a Al-Qaeda, ou alguém por ela, votou antecipadamente em Atocha. O retrato da Europa, visto do céu tem muitas semelhanças com o de há sessenta anos. Com uma diferença: a ameaça, agora, vem de fora.(...)”


Estando-se ou não de acordo, a verdade é que, com a serenidade e seriedade com que nos habituou, não encontramos um juízo de valor sobre as eleições de 14 de Março que não sejam criteriosamente evidentes: a manipulação da informação por parte do governo espanhol; o poder do atentado em interceder nas intenções de voto; o perigo que ameaça a Europa que FJV vê muitas semelhanças com o terror nazi que conduziu à 2ª Guerra. E ponto.

É evidente que se poderá não estar de acordo, que não há uma só leitura, que nem sequer estamos ao corrente de todos os factos, mas valorizo, acima do mais, a ausência de intenção de querer fazer da sua leitura a única, a iluminada ou mesmo tentar maniquietar leituras diferentes. A isto eu chamo e dou muito valor, honestidade intelectual, um dos princípios mais ausentes nos tempos que correm, desde os políticos aos jornalistas, dos comentadores aos simples cidadãos, como eu!

2 – Ainda a propósito do massacre de Madrid e do que por aí se vai muito dizendo, permiti-me as seguintes reflexões e perguntas:

2.1 – Terá sido medo colectivo que conduziu os espanhóis a votar como votaram ou, pelo contrário, quiseram penalizar quem nada fez contra o terrorismo islâmico, sendo por isso, exigentes em pretender conhecer atempadamente os autores dos atentados para em massa votarem conscientemente, dando uma lição de democracia ao mundo?

2.2 – Tendo o futuro Primeiro-Ministro espanhol convidado para Ministro dos Negócios estrangeiros o encarregado europeu de acompanhamento da «crise israelo-palestiniana» não será um sinal de que pretenderá efectivamente envolver-se mais com a União Europeia na busca de uma resposta mais abrangente ao combate deste tipo de terrorismo?

2.3 – Tal como atrás felicitei a Grécia por pedir à OTAN que assuma a ajuda da protecção daquela país durante a realização dos Jogos Olímpicos, louvo o governo português se levar avante idêntico pedido para o «Euro 2004», pois é a melhor forma de pressionar a Aliança Atlântica a cumprir o objecto para que foi constituída – a defesa do Ocidente democrático!

2.4 – Foi com satisfação que ouvi o Primeiro-Ministro pronunciar-se sobre o massacre de Madrid em entrevista à RTP tendo constatado ser sua intenção reenquadrar-se num espírito europeu de defesa, com a natural ressalva de que não pode ser feito nem contra nem tão pouco ser a participação dos EEUU;

2.5 – O não cumprimento da promessa do PSOE de retirar as forças espanholas do Iraque caso o controlo não passe para a ONU, a verdadeira causa da sua vitória, seria tão ridículo como agora Portugal fazer uma retirada unilateral, tal como a Polónia se prepara para fazer, por dois motivos: não sabemos agora mais do que há já muitos meses – não há armas de destruição massiva; a retirada de países apoiantes da coligação invasora sem a força de um plebiscito seria, isso sem dúvida alguma, uma cedência aos propósitos dos terroristas islâmicos;

2.6 – Sobre a defesa do diálogo do Dr. Mário Soares com os terroristas e as reacções do Dr. Paulo Portas e do Dr. Pacheco Pereira julgo que os discursos têm tanto de antagónicos como próximos – são extremistas, falam do acessório (os meios) e não dos fins a paz e o combate ao terrorismo. Não são assertivos e negam o que de bom já se conseguiu pelo diálogo (Rabin/Perez e Arafat e RU/IRA)) e de mau (Hitler e Estaline). Meios são exactamente e tão só isso, apenas devem servir para atingir fins nobres e humanos sem, evidentemente, colocar em causa questões de princípio. Curiosamente, a este propósito e outros vejo o Sr. Dr. Pacheco Pereira cada vez mais próximo do Sr. Dr. Paulo Portas, em especial no extremismo! Estranho, mas contra factos...;

2.7 – Tal como antes, continuo a defender que um eficiente combate ao terrorismo islâmico passa por uma posição concertada da União Europeia e dos EEUU no quadro da OTAN. Colocar de parte alguns países europeus ou os EEUU será um erro gravíssimo que todos pagaremos elevado preço – nós, a civilização ocidental.

2.8 – Com o Rui Branco do Adufe, desde há muito que considero, tal qual Clinton o tentou, que quando a União Europeia e os Estados Unidos, a uma só voz, obrigarem israelitas e palestinianos a conviver em paz, a desarmarem-se, a respeitarem-se, o combate ao terrorismo islâmico será muito difícil. Se conseguirmos, dentro do máximo respeito por ambas as partes, impor a paz naquela região será o mais eficaz «cartão de visita» para demonstrarmos ao mundo que é pela paz que nos batemos, em qualquer ponto do globo.

20 março 2004

Mensagem de Bin Laden interceptada

Para nosso alívio e contra os sintomas de injustificados medos, reproduzimos mensagem de Bin Laden dirigida às suas células ibéricas. Passamos a transcrever na íntegra o que recebemos por email:

"Por Alá

Aconselhamos todos os filhos de Maomé a não tentarem qualquer atentado em Portugal. É um país complicado. Uma acção nossa dificilmente traria algum proveito para a nossa Sagrada Causa.

1 - Nenhum atentado por nós levado a cabo teria resultados mais espectaculares no congestionamento do tráfego ferroviário do que aquele conseguido pela própria CP.

2 - É difícil planear um atentado em comboios e autocarros. Nunca se consegue saber a que horas passam, nem sequer os dias em que circulam, devido às greves constantes.

3 - A reivindicação do atentado seria de uma inutilidade extrema. A oposição portuguesa iria imediatamente culpar o Ministro da Administração Interna, o secretário de Estado dos Transportes e as empresas transportadoras. Qualquer reivindicação da nossa parte seria recebida com desdém pelo Bloco de Esquerda, que atribuiria as responsabilidades do sucedido às empresas capitalistas, ao Governo e à globalização.

4 - Alertamos também para a dificuldade de organizar uma acção como a de Madrid. Em Portugal, mal um de vocês deixasse uma mochila no comboio, logo
um simpático português correria atrás de vocês a gritar "Ó chefe, chefe, esqueceu-se do seu saco, amigo." E depois pensaria para si mesmo: "Sacana do
indiano ainda faz má cara. Vem um gajo aqui de manhãzinha, descansadinho da vida e ainda tem de ser criado desta estrangeirada toda.

5 - Não será fácil mobilizar o povo contra a presença de tropas portuguesas no Iraque. Os Portugueses, pelas informações que obtivemos, gostariam que
TODA a GNR - principalmente uma tal BT - estivesse destacada no Iraque ou em qualquer lugar bem longe do País.

6 - A detonação por telemóvel é também bastante desaconselhável. Devido à quantidade de telemóveis existentes em território português, existe o perigo
real dos explosivos rebentarem em alturas menos próprias, devido aos constantes toques que se fazem ouvir a toda a hora e em qualquer lugar.

7 - Também gostaríamos de alertar para o perigo real da presença de jornalistas da televisão no local dos atentados, a perguntar às pessoas o que sentem depois de terem ficado sem uma perna, com a cara desfeita ou partidas em dois. Ao pé dessa gente, a Al-Qaeda é um simpático grupo de organizadores de festas de salão.

Procurem, portanto, outro sítio para realizar atentados, que esse já desde há dois anos que anda a ser sistematicamente rebentado.

Vosso,
Osama Bin Laden"


Cumprido o nosso dever de cidadania, deixamos ao cuidado dos serviços de informação a credibilidade deste email recebido!

19 março 2004

Todos têm opinião

mas não sabemos sobre quê!
Ora espreitem a 1ª página do Diário do Alentejo, sob o título Associativismo intermunicipal sem consenso em Beja - Área metropolitana no Alentejo “seria disparate absoluto”

Os senhores autarcas optam sem hesitação ou tibiezas, mas os cidadãos não sabem do que falam! Esqueceram-se de os esclarecer ou é assunto que não está ao alcance do comum dos eleitores?

Quem os mandatou para o efeito?

O Anarca tem razão quando diz, neste país é Carnaval todos os dias!

Petição Online

A petição que reproduzo, na íntegra, encontra-se aqui online para quem entender dever subscrever.

To: Dr. David Justino, Ministro da Educação
CARTA-ABERTA AO SENHOR MINISTRO DA EDUCAÇÃO, AO SENHOR MINISTRO DA CULTURA, À ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA E POPULAÇÃO EM GERAL

Em 1985, ano da comemoração do cinquentenário da morte de Fernando Pessoa, os alunos do 11º ano de Electrotecnia, da Escola Secundária Marquês de Pombal, e eu própria, enquanto sua professora de Português, criámos um Movimento em defesa do Café Martinho da Arcada, após o estudo do poeta Fernando Pessoa e da realização do seu percurso por Lisboa. Nesse deambular pela cidade tomámos conhecimento de que o velho café, espaço expressivamente pessoano, se encontrava ameaçado pela gula dos bancos.
Recolhemos milhares de assinaturas e conseguimos que o Martinho fosse classificado de «imóvel de interesse público» pelo IPPC (Instituto Português do Património Cultural).
Agora, é a dignidade da Escola e do Ensino que está em jogo, o respeito pelos alunos, pelos encarregados de educação e pelos próprios professores, face a uma Nova Reforma que é promulgada, sem que a anterior tenha sido sequer avaliada. Um desatino de reformas que têm vindo a compor o Ensino como uma manta de retalhos, gerando inquietação em todos, alunos, professores e pais.
No caso da disciplina de Português do Secundário (10º, 11º e 12º anos), agora designada de «Língua Portuguesa», a situação é deveras preocupante. Com efeito, o texto literário aparece subalternizado em relação ao texto informativo, com a justificação de que assim mais eficazmente os alunos aprenderão «a comunicar: a ler, ouvir, falar e escrever». Na obsessão de «respeitar o discurso que os alunos trazem de casa», leva-se para a sala de aula muito do lixo televisivo, a par de «documentos em suporte de papel» que se distribuem por «editoriais, entrevistas, pequenos anúncios, publicidade, desenhos humorísticos, horóscopos, palavras cruzadas». Um leque excessivamente aberto de possibilidades, com que se pretende «motivar» os alunos e onde existe demasiada mediocridade, situação que não se ajusta à Escola, enquanto transmissora de cultura.
Nesta amálgama informativa, em que supostamente se pretende reflectir sobre o «funcionamento da Língua» e recuperar os conhecimentos não adquiridos pelos alunos ao longo dos primeiros ciclos de Ensino, a Literatura é tida como uma espécie de maldição, ou seja, a causa de todos os males. Assim, como se de uma punição se tratasse, espreitam sob a designação de «leitura literária», por sua vez dependente de uma tipologia textual, alguns dos autores que definem o nosso Património Cultural e Literário e que constituem uma referência, que está a ser conscientemente destruída.
É inadmissível, com efeito, que Luís de Camões seja estudado como um exemplo de «texto literário de carácter autobiográfico» (10º ano), impedindo-se a convivência com a variedade dos seus poemas e com o Homem do séc. XVI; que o Padre António Vieira e o seu «Sermão de Santo António aos Peixes» (excertos) seja estudado como um, entre muitos exemplos, de «Texto argumentativo/expositivo-argumentativo» (11º ano), ele que acompanhou criticamente todo o século XVII, que foi mestre de Fernando Pessoa, sendo definido pelo próprio poeta como «Imperador da Língua Portuguesa» e que escreveu «Só o esquecimento de Portugal me pode levar a Portugal»; que «Frei Luís de Sousa» de Almeida Garrett seja estudado meramente como exemplo de «Texto de teatro», ou que Eça de Queiroz e um dos seus romances, seja o escolhido para exemplificar o «Texto narrativo e descritivo», ou ainda que Cesário Verde, posto à pressa no programa, ainda do 11º ano, seja um exemplo de «texto lírico». Esta aberrante inversão continua no 12º ano, aparecendo Fernando Pessoa, depois de «Textos informativos diversos», subordinado ao item «Textos líricos», ele que se auto-definiu como «poeta lírico-dramático».
Como se viu pelo exposto, o importante na óptica dos autores dos programas, é subordinar os autores à tipologia textual. É precisamente esta situação que ainda pode ser alterada nos manuais dos 11º e 12º anos de «Língua Portuguesa», que, neste momento, as editoras preparam.
Que se estudem, pois, os autores portugueses pelo seu significado na Cultura e Literatura portuguesas e não como meros apêndices da tipologia textual. É neste sentido que se convidam todos os interessados a assinar a carta-aberta, na expectativa de que este assunto possa merecer a atenção do Governo e da Assembleia da República.

NOTA: Este mesmo texto pode ser assinado em http://www.thepetitionsite.com/takeaction/248783113. No entanto, devido a problemas técnicos com esta página, decidiu-se abrir a petição aqui, em "Petitions on-line" o que permite, além de evitar os referidos problemas, a visualização das assinaturas anteriores sem limite de número. Se já assinou em "The petiton site", a sua assinatura está guardada (mesmo que não esteja visível), pelo que não é necessário assinar novamente aqui.

Sincerely,

18 março 2004

Eis-nos chegados à OVIBEJA de 2004

De há uns anos a esta parte a OVIBEJA tem sido o único evento que leva o nome de Beja para além do Baixo Alentejo. Duvido que seja por se tratar de um acontecimento de qualidade apreciável ou de uma mostra real e fidedigna da nossa região.
É o único, repito, o único lugar e espaço anual que nos junta na celebração da antiga festa pagã! Em Lisboa o S. António, no Porto o S. João, S. Mateus em Viseu, nós a OVIBEJA, sem nome de santo, mas que cumpre idêntica finalidade - juntarmo-nos em festa a pretexto de uns comes e bebes!
Sobre a sua programação falarei mais tarde. No entretanto, aqui, podem consultar o evento.

17 março 2004

Sobre resposta ao post anterior

Gentilmente, o Sr. Prof. Dr. A. Toucinho da Silva comentou o que eu disse no anterior post sobre o debate de ontem no Instituto Politécnico de Beja, moderado pelo próprio senhor Professor, que aconselho a leitura para se compreender esta resposta, em forma de carta aberta que enviei antecipadamente por correio electrónico ao destinatário.

Ex.º Senhor
Prof. Doutor A. Toucinho da Silva

Aceito, naturalmente, as dificuldades de moderar um "debate" onde ninguém pretende ouvir nem nem questionar sobre o que já, para si, deliberou. Foi difícil para o Sr. Prof. Dr. Toucinho da Silva e sê-lo-ia para qualquer um. Conforme aqui antevi tudo indicava que seria mais um debate de surdos, ensurdecidos pelos partidos em que cada um milita. No entanto, mesmo aceitando que não terá o Sr. Prof. actuado deliberadamente, não posso corroborar a sua versão de que foram atendidos por ordem de inscrição os pedidos de intervenção. Aliás, quando eu próprio alertei para o facto, o Sr. Prof. Dr. Toucinho da Silva informou o auditório que pelo facto de se encontrarem vários senhores autarcas na plateia seria um benefício ouvir a sua opinião, tendo sido exactamente nesse momento que senti que tinha ido ao engano, abandonando a sala. De um debate entre os cidadãos anunciado fomos todos confrontados com uma reunião do tipo da Associação do Munípios do Distrito de Beja.

Escreve mais adiante o Sr. Professor e passo a citar:
"Infelizmente estavam presentes elementos do PS e do PCP que, em vez de contribuirem para um debate esclarecedor, se empenharam em provocar os adversários políticos.
Enquanto o PS e o PCP colocarem a luta partidária à frente do debate e do esclarecimento das populações, dificilmente chegaremos a ideias claras sobre este assunto. E é por isso que apelo aos responsáveis políticos para que se abstenham de incendiar debates desnecessariamente. A luta partidária tem os seus espaços próprios e não deve ser levada para onde devemos estar todos juntos na defesa do nosso Alentejo
."

Porque só acusa o PCP e o PS de colocarem a luta partidária à frente do debate? Porque não inclui o PSD que, através das palavras de Sr. José Raúl dos Santos ficamos também a saber que, de repente, num abrir e fachar de olhos, mudou de opinião tal qual o Sr. Carreira Marques? A razão de acusarmos o Presidente da Câmara de Beja, tal como o faz o Praça da República, aplica-se também ao Sr. Presidente de Câmara de Ourique e a questão está à vista: o PCP quer só uma região para o Alentejo porque assim dominará a maioria das Assembleias Municipais enquanto o PS e o PSD preferem uma região do Baixo Alentejo e Alentejo Litoral pela mesmíssima razão!

O que para mim está em causa, estimado Sr. Prof. Doutor Toucinho da Silva, é que já fui e venho dizendo há meses - a total indiferença e desprezo dos autarcas pelos eleitores, sejam eles de que partido forem! Até ao momento nenhum autarca alentejano promoveu debates e discussões públicas sobre esta tão premente matéria que está em cima da mesa para discussão há quase um ano, mais precisamente há 10 meses (que eu tenha tido conhecimento)! Ora, atendendo a que nenhuma das forças partidárias conseguiu, nas eleições autárquicas de 2001, mais de 35% dos votos dos eleitores inscritos, atendendo a que a abstenção no Baixo Alentejo foi de 36,75%, no Alto Alentejo de 36,43% e que a média dos quatro concelhos do litoral alentejano incluídos no Distrito de Setúbal foi de 39,95%, constacta-se que nenhum dos partidos que venceram as eleições conseguiu vencer a abstenção, ou seja, aqueles aquem os partidos não conseguiram motivar a exercer o seu direito de cidadania. Este facto tem sido escamoteado por todos os partidos políticos, parecem ter nojo de abordar este assunto, sendo eles os principais culpados do afastamento dos cidadãos de uma participação activa na construção do país.
Neste contexto, e no que ao reordenamento administrativo do Alentejo diz respeito, não me parece que os autarcas tenham legitimidade e muito menos mandato para tomar qualquer decisão! Mas os senhores não conseguem alcançar isto! Ainda ontem assistimos, logo através das intervenções dos autarcas com assento na mesa, ao manifestaram as suas posições parecendo vincular as das Câmaras que lideram, sem qualquer rebuço ou timidez, como se um, digo bem, um único eleitor os tivesse mandatado para o efeito!

Mais grave ainda é o facto de que quando algum cidadão não acantonado num qualquer partido político, exprime a sua opinião ele é logo catalogado de ser anti este ou aquele partido, conforme o "dictat" de cada estrutura partidária ou, na pior das hipóteses, pessoa não dotada de estatuto adequado e autorizado!
Enquanto não se perceber que os partidos políticos representam cidadãos para executarem as propostas constantes nos seus programas, mas nunca se substituem ou sobrepõem aos seus eleitores a democracia perde e, perdendo esta, perde o país e, no que a nós diz respeito, perde o Alentejo, nomeadamente, o Baixo Alentejo.
O que me incomoda não é a luta partidária que parece incomodar o Sr. Prof. Doutor Toucinho da Silva, antes a total falta de respeito pela opinião dos cidadãos que os elegem, aos quais disponibilizam a superior paciência de aturar nas campanhas eleitorais. A partir desse momento mais nada pretendem saber do seu sentir ou opinião.

Por último e a propósito, endereço ao Sr. Prof. Toucinho da Silva o meu aplauso pela inciativa de promover um debate público sobre o futuro ordenamento do Baixo Alentejo, mas permita achar pouco o que o Instituto Politécnico de Beja fez por tão estrutural assunto que condicionará o nosso futuro. Com efeito, apesar desta isolada iniciativa, o IPB promoveu e ainda decorre um "Ciclo de Debates sobre o Alargamento da U.E" enquanto outras universidades, por exemplo, a do Porto, promove um vasto ciclo de debates e mesas-redondas com especialistas filiados ou não em partidos políticos. Talvez ainda o IPB vá a tempo...

Atentamente

Com os cordiais cumprimentos

Beringel, 17 de Março de 2004

Carlos Araújo Alves

Muito pior do que esperava!

Ontem no IPB decorreu uma sessão pública sobre "A Nova Organização Administrstiva do Território", conforme aqui anunciei:

Uma pouca vergonha!

Após quase uma hora para ouvirmos os senhores autarcas com assento na mesa a dissecar partidariamente sobre a sua posição relativa às suas opções face às leis 10 e 11 de 13 de Março de 2003, o moderador passou a palavra ao auditório. Vários se inscreveram para se pronunciar e, para espanto de todos, o próprio moderador não respeita a ordem se inscrições e vai passando a palavra aos senhores autarcas que estavam na plateia, desrespeitando todos os cidadãos presentes que ali se deslocaram para o efeito.

Não me restou alternativa! Saí, tinha ido ao engano!

Não há forma destes senhores dos partidos conceberem que política é um acto de cidadania que a todos compete e não um feudo dos partidozitos que lhes dar albergue?

Sobre esta referida descentralização já atrás me referi, atempadamente, agora cumpre-me acrescentar o seguinte, afinal o que gostaria de ter perguntado aos autarcas:

1 - Quando é que os senhores autarcas abrirão este tema à discussão pública?

2 - Porque será que nenhum deles se sente incomodado por decidir sobre este assunto sem possuir um mandato específico para o efeito por parte dos eleitores?

3 - Onde estão as competências regionais para assegurar eventuais atribuições por via das referidas Leis e como pretendem grangeá-las uma vez que a média de instrução do funcionários municipais do país é o 6º ano de escolaridade?

Sejam sérios com os cidadãos alentejanos, senhores autarcas, debatam com eles e perguntem-lhes o que pensam, pois o que os senhores pensam já há muito sabemos através dos vossos partidos!

16 março 2004

Pertinente correcção de Nuno Guerreiro

Com efeito devemos ser (eu particularmente) cuidadoso na aplicação de correcto de termos cuja significância poderá adulterar o que, de facto, pretndemos dizer.
Vem isto a propósito deste texto da Rua da Judiaria onde o Nuno Guerreiro define correctamente o significado de Judeus ortodoxos, heterodoxos, ultra-ortodoxos e extremistas religiosos judaicos.
Ora, em consonância, quando falo do terrorismo levado a cabo pelo Estado de Israel, devo precisar extremistas religiosos judaicos para não identificar todo um conjunto de cidadãos que, certamente, na sua maioria, não defende nem pactua com massacres de civis.
Aqui fica a minha correcção e o meu obrigado ao Nuno Guerreiro pelo muito que nos ensina na sua Rua da Judiaria.

Sobre o Concurso de Literatura para Blogs

O Luís Ene acabou de editar os 56 textos que recebeu a concurso, passando-se agora à fase de votação.
Ele há coisas que valem a pena. Mais uma vez parabéns Luís!

Os "Cojones" da Formiguinha

Em destaque o regresso da Formiga de Langton e desta sua resposta a um energúmeno.

A descentralização no IPB

Hoje, pelas 21 horas, alguns autarcas e o Governador Civil irão debater o que chamam de "A Nova Organização Administrstiva do Território", conforme já o Nikonman aqui tinha divulgado.
Lá estarei, se houver lugar, pois prevejo que a sala esteja repleta de claques para cordeiramente aplaudirem os seus notáveis.

Não, não se trata de promover o dabate entre cidadãos ou organizar fóruns de abordagem do tema entre os munícipes do Baixo Alentejo. Será uma "performance" de senhores com assento!

Em todo o caso irei. Sempre ficarei a par do que pegam para se pegarem uns com os outros! Espero, sinceramente, que este meu pessimismo não se confirme!

15 março 2004

As Bibliotecas devem ou não emprestar livros?

A questão não é pacífica, envolve os direitos dos autores, sonegando-lhes desta forma rendimentos legítimos e esperados pelo seu trabalho! Mais sensível sou a este respeito porquanto não sou defensor de subsídios à criação literária a não ser em casos muitos especiais e pontuais.
No entanto, e pelo que observo aqui na Biblioteca Municipal José Saramago, esta forma de circulação do livro tem permitido a muitos jovens tomarem o primeiro contacto com a literatura, daqui advindo a formação públicos que mais tarde poderão ser leitores/clientes dos nossos autores.
Neste perspectiva entendi juntar-me a outros que assinaram um manifesto em defesa deste empréstimo. Está, aqui, on-line para quem o pretender fazer.

14 março 2004

Ainda sobre o Horrendo

Se alguma certeza ficou após o 11 de Setembro é que estamos em guerra! Isto é o que o Paulo Querido diz aqui num texto apaixonadamente lúcido!

- É imprescindível saber quem, como, com quem e que razões(?) invoca para aquela matança;
- É absolutamente despropositado para a investigação revelar, ao fim de 24 ou 48 horas, certezas sobre hipotéticas respostas ao ponto anterior (aliás, surge dos serviços de espionagem muita contra-informação com a finalidade de desviar as atenções dos focos de investigação ou obrigar o inimigo a agir para se mostrar);
- O que aconteceu em Madrid, ontem, a tentativa de atribuir à ETA ou à Al-Qaeda, não é mais que o produto do torpor que ainda assola aqueles cidadãos;
- Os comunicados do braço político da ETA e suas manifestações valem o que valem, isto é, nada, não são credíveis.

Diante destas, para mim, evidências restam-me alguns desabafos:

1 - A resposta mais lúcida passou certamente despercebida no meio da turbulência e frenesim jornalístico-político (Francisco José Viegas bem a enunciou) - a atitude da Grécia ao pedir formalmente à OTAN ajuda para a sua defesa durante os Jogos Olímpicos. Às vezes esquecemo-nos dos princípios que erigiram e mantêm esta aliança - a nossa defesa.

2 - Afastando eu, mais uma vez, para que não deixe dúvidas, que o que aconteceu não pode ser catalogado de direita ou esquerda - tratou-se de um massacre levado a cabo por criminosos fanáticos contra o nosso modo institucional de viver - não se pode deixar de catalogar o comportamento do Governo de Madrid e dos orgãos de comunicação social dele seguidistas, em especial a TVE, de muita falta de respeito por quem perdeu a vida e pelos que sem seus concidadãos ficaram , em especial o silêncio, o deixar que o boato se alastre, o não chamar a si a responsabilidade de acalmar o seu povo, tendo em vista um dividendo partidário. É nojento, revoltante, mas nada de diferente ao comportamento que teve no "Prestige", já nos tinha habituado. Porque não adiou as eleições? É só isto que identifica o seu nojento comportamento, não por não esclarecer o estado da investigação!

3 - Apesar de não ter estado de acordo com a invasão do Iraque nem da do Afeganistão, considero muito ligeiro estarmos, agora, a dizer que os culpados são os apoiantes dessas iniciativas, uma vez que já antes delas se praticavam este tipo de atentados.

4 - Contudo, e lá vou eu aos EEUU, é evidente que ficou agora definitivamente provado, se dúvidas ainda persistissem, é que as investidas no Afeganistão e no Iraque não colheram qualquer fruto no que diz respeito ao seu objecto - o combate ao terrorismo! Repito o que disse atrás, o combate a esta nova forma de guerrilha, sem rosto nem pátria, não se faz através de guerras ou invasões territoriais, faz-se muito mais através de serviços secretos e equipas miltares de intervenção rápida, eficaz e demolidora. Se a OTAN não estiver preparada para responder desta forma ela perde a substância da sua existência.

5 - Se estamos em guerra (e eu não tenho a mínima dúvida) embora não pelas razões que Paulo Querido adianta, não por não estar de acordo, mas por considerar que hoje o comportamento dos nossos inimigos é mesmo a total destruição das nossas instituições e, consequentemente, forma de viver, comportemo-nos como tal! Deixem para os partidos, para o Parlamento, ou para os joguinhos de poder governativos, as questiúnculas politiqueiras e jornalistiqueiras e promovam o livre pensamento de quem o consegue ter para atingirmos, todos em conjunto, uma resposta frontal, mas embuída dos princípios éticos e morais que nos enformam e identificam, contra o nosso inimigo comum - todos aqueles que praticam actos de terrorismo, fundamentalistas islámicos ou separatistas, palestinianos ou israelitas (espero que compreendam que não estou a dizer judeus ou a identificar todos os israelitas como terroristas, mas quem mata nas ruas através de disparos de helicópteros não tem outro nome). Condenemos todo e qualquer acto desta natureza e ergamos a nossa voz para dizer que não há uma razão no mundo que possa justificar estes comportamentos.

Não me parece que seja necessário, como defende Klepsidra, um pedido de desculpas por parte daqueles que se precipitaram, errar é humano, mas muito gostaria que se estabelecesse que a condenação destes actos não é uma atitude de esquerda nem de direita, é antes do mais, uma atitude ética, a de denunciar e não pactuar com criminosos.

O que escrevi foi antes de saber o resultado das eleições em Espanha, mas sempre gostaria que soubessem que se lá fosse eleitor votaria seguindo o conselho de Francisco José Viegas.

E o Praça da República, também

Pois, não sabia, mas o Praça da República também mereceu justamente o destaque de entrevista ao Expresso conduzida pelo Paulo Querido. Ora vejam lá aqui.

13 março 2004

Hoje é dia de Alandroal

O blogue do Alandroal, o melhor dos regionais que conheço, está hoje ainda mais em evidência por dois motivos:

1 - Saiu hoje no Expresso uma entrevista que o Paulo Querido, responsável pelo serviço "Weblog.com.pt", conduziu com os responsáveis do blogue (ver aqui e aqui);

2 - Entre as 16 e as 17 a sua Webcam transmitirá em directo para todo o mundo, aqui.

Parabéns, mais uma vez, ao Alandroal e força para prosseguirem com a vossa sentida missão.

12 março 2004

Resposta a Nikonman

Como comentário ao meu post anterior Nikonman escreve:

"Desculpa Carlos, mas estás a tentar arranjar justificação para os actos de terrorismo? Certamente que não...."

Trago este assunto para aqui por considerar extremamente delicado e, assim...

Nikonman, já nos vamos conhecendo pelo menos pelo que cada um de nós vai escrevendo nos blogs e só o humano torpor que nos assola perante tais actos é que me leva a não relevar como profundamente ofensivo o que me pretendes deduzir.

Para que fique claro, se dúvidas pudessem existir, SOU ABSOLUTAMENTE CONTRA O MASSACRE DE CIVIS, seja sobre que pretexto for.

Dito isto, gostaria que quem me lê saiba que é exactamente por isso que acho absurdo e até patético não pensarmos e abordarmos todos os contornos possíveis que conduzem a esta barbárie. O arremessar de néscios argumentos entre clivagens bons/maus, direita/esquerda, A ETA é melhor ou pior que a Al Qaeda ou, ainda, andar às voltinhas de a quem serviu o massacre de ontem é, no mínimo, caricato e um atentado contra a dignidade dos que perderam a vida!

Sem patrulhas ideológicas, sem precconceitos de pró ou contra americanos, de pró ou contra a puta que os pariu, devemos a todas as vítimas deste mundo tentar perceber o porque e como acontecem estes crescentes ignóbeis actos, para conseguirmos, TODOS NÓS, OCIDENTAIS, defendermo-nos eficazmente que é coisa que não temos feito!

Não o fazer ou escamotear variáveis não deixará de ser um acto de terrorismo intelectual, conducente à inviabilização da constituição de um sistema de prevenção e defesa dos cidadãos.

Espero que, deste modo, nem ao Nikonman nem a mais ninguém que porventura leia o Ideias Soltas, restem dúvidas sobre a minha forma de pensar e sentir sobre este assunto.

"Patrulha Ideológica"?

Abrupto,, às 18,11 de ontem, escreve:

"CULPA, COMO DE COSTUME

é da participação espanhola na coligação no Iraque. Já lá vamos chegar aos americanos.
"

Se isto não é um poder de antecipação de defesa para mais tarde poder dizer - eu não disse, já cá faltava - é afinal aquilo que noutros o autor de Abrupto tanto criticou na blogosfera, a Patrulha Ideológica!

Porque é que não será lícito equacionar as consequências da invasão do Iraque? Será crime? Em que medida é que as intervenções do Afganistão e do Iraque contribuíram para reduzir o perigo deste género de homicídios colectivos praticados no países ocidentais? Será desajustado interrogarmo-nos?

Não me parece.

Não Dr. Pacheco Pereira, não faça aos outros o que não gosta que lhe façam a si! Não é próprio de quem diz defender o livre pensamento e troca de ideias!

11 março 2004

Porque me lembrei

Transcrevo aqui o que me levou a aderir à "Associação dos Radicais pela Ética", uma brincadeira a sério e da qual me lembrei e que foi retirada daqui. Aqui vai:

Simplicidade e Bom Senso
Os signatários propõem-se cumprir o seguinte:

Princípios éticos mínimos para um convívio saudável entre primatas, ou regras básicas para nos
distinguirmos de símios, invertebrados e outros bichos:

1. Ser tratado com consideração, urbanidade e dignidade são direitos naturais e básicos dos cidadãos, independentemente do seu sexo, raça, credo, afiliação política, idade, opções clubísticas, posição social e nível de habilitações literárias, os quais os devem desenvolver, cultivar, defender e praticar;
2. Honrar a palavra, cumprir compromissos, acordos, contratos ou prazos, respeitar as leis razoáveis, os direitos e dignidade de terceiros, o ambiente natural são actividades normalíssimas e sem mérito especial por parte de quem as pratica;
3. Produzir produtos e ideias que funcionem, que salvaguardem a saúde e a integridade de quem os utiliza, prestar serviços de qualidade, com transparência e clareza são actos sociais sem nada de notável;
4. Aceitar prendas, luvas, subornos, ou compensações pelas situações anteriores constitui um acto indigno e revoltante, e solicitá-las constitui um dos actos mais baixos que nos remete para um valor abaixo de parasita intestinal;
5. Não assediar, pressionar, chantagear, oprimir estagiárias (os), secretárias (os), internos, praticantes, tirocinantes, alunos (as) ou quaisquer outros sobre quem se possui autoridade hierárquica ou funcional é de decência mínima;
6. Utilizar o sexo como mecanismo de progressão na carreira, ou como forma de obter ou conceder favores é uma prática incompreensível e que remete os que nela se envolvem para o patamar de dignidade muito abaixo do bacilo de Koch;
7. Não virar a cara em face de cunhas, feudos, compadrios, injustiças, nepotismos, discriminações intoleráveis, negligências e falta de profissionalismo, é um acto louvável;
8. Não aceitar a promoção de imbecis porque são afilhados de poderes fáticos, económicos ou outros é uma medida de higiene mental tão básica como lavar os dentes;
9. Sonegar informação é um acto de mediocridade que caracteriza quem o pratica;
10. Achar que toda a gente faz qualquer coisa de negligente, de ilegal, de laxista, de trafulhice, ou explorar lacunas das normas, como argumento para justificar o facto de praticar actos dessa natureza é um argumento miserável;
11. Não atribuir a terceiros a culpa por situações que resultam da nossa actuação intencional e livre é um acto de saúde pública essencial;
12. Não nos apropriarmos de méritos alheios é uma regra básica de convivência entre pessoas;
13. A exposição e denúncia pública de violações graves dos princípios anteriores constitui-se num dever de cada cidadão que queira preservar um nível adequado de saúde mental;
14. Ficar em silêncio perante a violação dos princípios anteriores é um acto de cobardia, de cumplicidade e de encobrimento. Ficar em silêncio perante o silêncio de outros, que resulte de medo razoável perante possíveis e admissíveis consequências das suas acções de denúncia é particularmente incompreensível;
15. O exercício da liberdade de expressão e de opinião, através do uso de ironia, sátira, caricatura ou da articulação séria são os modos preferenciais de denúncia dos comportamentos de violação dos princípios expostos;
16. Basicamente somos seres humanos imperfeitos, frágeis, simplórios e é de bondade elementar sermos tolerantes uns com os outros, não nos oferecendo para exemplos e faróis é uma atitude de bom senso, e digna, mas requerer aos outros comportamentos morais exemplares, ao contrário do que nós próprios exibimos, é uma intolerável estupidez;
17. Obviamente não está em questão a "construção" de nenhuma sociedade perfeita com seres assépticos e imaculados. A preguiça, por exemplo, pode ser uma virtude temporária, uma terapia, desde que aquele ou aquela que a pratiquem não exija dos outros aquilo que não exige de si;
18. Este mundo um pouquinho melhor deve ser para hoje e para amanhã. O seu adiamento para gerações futuras resultará em desnecessário sofrimento humano desde ontem.
19. Não se pretende com isto construir mais um muro das lamentações. A ideia é, pelo contrário, contribuir para a sua demolição
.

Como o mundo seria melhor!

E também fico com a pressa

da chamada direita em criminalizar ainda sem fundamento, do tipo, se não foi poderia muito bem ter sido.

Será que consideram que o chamado "periodo de nojo" foi uma mera invenção racional?

Incomoda-me, francamente

que a chamada esquerda sempre que acontecem homicídios colectivos como os de hoje, seja em declarações públicas ou em blogues, se mostre comprometida ou, no mínimo, muito pouco à vontade a condenar e a decifrar!

Ou o fazem numa breve nota de rodapé ou tentam logo socorrer-se de uma qualquer verborreia para concluirem: pois foi, é uma chatice, mas aconteceu porque coitadinhos..., não lhes deram sopa em pequeninos!

Não é bem incomodar. Fico é fodido!

Se eventualmente não foi a ETA...

a responsável por este horroroso homicídio colectivo de anónimos cidadãos entramos, de facto, numa nova e perigosíssima era, onde as técnicas de guerrilha se sobrepõem a qualquer forma de defesa concebida até ao momento pelas forças armadas dos países ocidentais.

O homicídio de hoje, mais do que o 11 de Setembro (pela sua forma, não pelo do n.º de vítimas), mostra que poderemos regressar à necessidade de sistemas de defesa pessoal - como acto de cidadania - deitando por terra a tese do reforço do armamento convencional.

Se prova ainda necessitávamos, de que a aposta em grupos especializados de acção rápida, de ágil mobilidade, prontidão e armamento ligeiro e eficaz deve ser prioritária em relação ao apetrechamento em armas pesadas e convencionais, julgo que hoje ficamos sem margem para qualquer dúvida.

E ainda estamos a tempo de evitar desperdiçar em 2 submarinos a capacidade de preparar e manter uma boa meia-dúzia deste tipo de forças!

Onde o 40 à Sombra me levou!

Standing on the corner
suitcase in my hand
Jack is in his corset, Jane is in her vest
and me, I'm in a rock 'n' roll band, huh
Ridin' in a Stutz Bearcat, Jim
you know those were different times
Oh, all the poets they studied rules of verse
and those ladies they rolled their eyes

Sweet Jane, woh
Sweet Jane, oh-oh
Sweet Jane

I'll tell you somethin' that Jack, he is a banker
and Jane, she is a clerk
And both of them save their monies
hah, and when, when they come home from work
Ooohhh-wah, sittin' down by the fire, oh-wah
the radio does play a little classical music there, Jim
"The March Of The Wooden Soldiers", all you protest kids
you can hear Jack say, get ready, ah

Sweet Jane, ah, come on baby
Sweet Jane, oh-oh-oh-ah
Sweet Jane

Some people they like to go out dancing
and other peoples they have to work, just watch me now
And there's even some evil mothers, haha
well they're gonna tell you that everything is just dirt
You know that women never really faint
and that villains always blink their eyes, ooohhh
And that, you know children are the only ones who blush
and that life is just to die

But anyone who ever had a heart
oh, they wouldn't turn around and break it
And anyone who ever played a part
oh, they wouldn't turn around and hate it

Sweet Jane, oh, wow-woh
Sweet Jane

Sweet Jane, Sweet Jane
Sweet Jane, Sweet Jane
Sweet Jane, Sweet Jane

Velvet Underground / Lou Reed / 1970

Confesso ainda hoje não ter conseguido optar entre a versão original ou a dos "Cowboy Junkies" na deslumbrada pureza de "Trinity Session" de 1987.
Já sei prefiro as duas, conforme o dia e a hora...

10 março 2004

COMER AQUI MATA

Não me acredito que venha a acontecer, a imposição desta expressão na porta de cadeias de "fast-food", mas vejam o que se diz:

"A obesidade poderá tornar-se na primeira causa de mortes evitáveis nos Estados Unidos, ultrapassando o tabaco, de acordo com um novo estudo do Centro de Controlo e Prevenção da Doença, divulgado esta quarta-feira.

(...)

No entanto, os críticos defendem que se deveria insistir mais em explicar às pessoas que simplesmente devem comer menos, e argumentam que a administração norte-americana receia antagonizar a multi-bilionária indústria da fast-food."

Pois é, mais um "Quioto" que não se assina ou um Tribunal Penal Internacional p'ra todos menos p'ra nós!

OviBeja, por Isidoro de Machede!

Vale a pena dar uma espreitadela ao modo como Isidoro, aqui Alentejanando, canta a OviBeja!

Ó pessoal, o homem é uma luminária!

Do Fórum Português de Música Clássica transcrevo, daqui, a mensagem de um forense que assina "Pim":

Caros Forenses:
É verdade que Vasco Pulido Valente chamou de medíocre o Mestre Viana da Mota num artigo publicado netse fim de semana no Diário de Notícias,a propósito dos nomes atribuídos a aviões da TAP!
Trancrevo a parte em causa:
"...infelizmente,pensadores de prestígio não concordam comigo:entre um músico medíocre(Viana da Mota) e um futebolista genial(Eusébio)preferem o músico,porque preferem a cultura ao <>e,ainda por cima,um espectáculo sobre o primitivo..." e conclui:.."aterrorizada a TAP arranjou logoa Viana da Mota outro avião onde se conclui que o mérito está mais na actividade do que na pessoa,uma ideia arrasadoramente reacionária;não importa:acabaram por ganharem as pretensões de uma classe média ignorante e sem educação.Serve de consolo."

Assim escreve Vasco P Valente,Investigador Coordenador na Universidade de Lisboa,no Instituto de Ciências Sociais ,designadamente na área de História de Portugal-séculos XIX e XX,exactamente o período em que viveu o Mestre Viana da Mota!

Como esclarecer Vasco Pulido Valente e ajudá-lo a investigar e a expandir os seus comentários correctamente junto da Sociedade Portuguesa e diria mesmo junto da Comunidade Internacional é o desafio que proponho aos estimados Forenses!

Saudações Musicais

Pim


Vianna da Motta um músico medíocre?

Quem assim fala, qual irrepetível luminária, merece ser posta no nariz de um avião da TAP, de preferência com destino Pólo Norte, sem bilhete de regresso!