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22 outubro 2003

Câmara de Lisboa Boicota Solução para a AMEC

Com a conivência de músicos e estudantes da AMEC a Câmara Municipal de Lisboa deita a perder os esforços de Pedro Roseta para a resolução do folhetim “Metropolitana”!

Na pretérita 6ª feira o Ministério da Cultura promoveu uma reunião entre todos os promotores da AMEC, com a excepção do fundador Miguel Graça Moura, por motivos óbvios, conseguindo um fulcral unânime consenso, a saber:
1 – Destituição de Miguel Graça Moura de todas as suas funções por motivo de evidente ausência de condições para as exercer;
2 – Marcação de uma Assembleia Geral para 4 de Novembro para destituir o maestro e nomear uma nova direcção;
3 – promover as reuniões necessárias entre todos os promotores para preparação da referida Assembleia Geral.

Após este notável consenso conseguido com muita perspicácia por Pedro Roseta a Câmara de Lisboa, na primeira reunião preparatória, ocorrida logo na passada 2ª feira, tenta unilateralmente impor uma lista para a nova direcção, lista essa que tinha sido já vetada em anterior Assembleia Geral, tendo previamente enviado a todos os promotorres o percurso profissional de cada elemento.
Naturalmente, perante a ausência de tentativa de consertação entre todos, as restantes Câmaras promotoras recusaram liminarmente esta inusitada tentativa da Câmara de Lisboa, vetando novamente a referida lista.

Desde o início que tenho manifestado que não seria Miguel Graça Moura o único óbice aos intentos de Pedro Santana Lopes, pois arredado que será, visto que, registe-se, nenhum dos promotores voltou atrás com o compromisso anterior, a Câmara Municipal continua, ilegalmente, sem entregar à AMEC as verbas consignadas nos estatutos, exercendo desta forma chantagem continuada sobre os músicos, funcionários e professores da Instituição. Conforme o que previra, à Câmara de lisboa não basta afastar MGM, sempre indicado como obstáculo, quer mais, o quê, não sabemos, talvez percebamos um total e mais uma vez despótico poder sobre a AMEC. Permanecerá o sistema, o déspota mudará de rosto e de nome.

Esta vergonhosa chantagem leva representantes de músicos e alunos a manifestarem-se com o menor respeito pela lei, desde encerrar a instituição, passando pelo sequestro do maestro, pela atribuição pública de culpas e insultos aos promotores que não aceitaram a imposição da Câmara de Lisboa, podendo inviabilizar qualquer esforço do Ministro da Cultura em angariar uma solução para o essencial que o próprio tão bem definiu, preservar o projecto!
Ou me engano redondamente, ou mesmo que a Câmara queira manter a AMEC, parece seguro que pretenderá alterar o projecto, os estatutos e quiçá que mais.
Ora, convém relembrar que quem se interessa pela AMEC se está borrifando nos promotores, nas partidarices que os possam envolver, nos abusos do maestro, o que queremos é que não se arruíne o que de muito bem foi e está erguido com o pretexto de ter sido conseguido por MGM. O que importa é que este não tem condições para prosseguir e, em conformidade e atendendo aos precedentes, é imperioso estudar profundamente um modelo adequado de gestão do empreendimento, antes de atirar nomes em listas, sem qualquer pudor, de músicos que merecem o maior respeito como Gabriela Canavilhas e Jean Marc Burffin que certamente não terão nada a haver com a situação criada e muito menos com os joguetes do candidato a candidato à Presidência da República. Haja bom senso, dê a cara quem deve dar e usem da máxima parcimónia antes de lançarem para a praça pública nomes de pessoas respeitáveis.

A verdade é que a Câmara de Lisboa boicotou o excelente trabalho de Pedro Roseta e agora não descortinamos uma saída digna para a situação criada, repito, não só por MGM, mas principalmente pela Câmara de Lisboa.

A agonia da AMEC parece não ter fim, os partidos políticos continuam sem nada dizer sobre este folhetim, antes os preocupam outras novelas, e os orgãos de comunicação social, das duas uma, ou estão coniventes com as ilegalidades e chantagens cometidas, ou andam distraídos, não investigam este problema e, a espaços, limitam-se a reproduzir as versões de quem tem mais poder ou seja mais ruidoso.

Para que não restem dúvidas, a Câmara de Lisboa, nomeadamente na pessoa do seu Presidente, é agora a única responsável pela manutenção da anormalidade que se vive na AMEC e parece interessada, tal qual o maestro, em dizer que ou manda sozinha ou o projecto acaba. Tal como atrás escrevi, não há muitas diferenças, nem houve, entre os meninos desavindos!

Pede-se, é o mais que se poderá fazer, que Pedro Roseta e a sua equipa não esmoreçam na tentativa de salvar o projecto Metropolitana.