Após um primeiro calafrio, aquando da hipotética “refundação” dos audiovisuais do Estado, os melómanos da música clássica e da música portuguesa aguardaram com perseverança as alterações a implementar na Rádio Difusão Portuguesa (RDP), em especial, na sua Antena 2.
O seu excelente fórum onde muito e muito bem se escreveu sobre música e artes fechou-se, diziam para remodelação gráfica, prometendo o seu reaparecimento para 1 de Outubro pretérito.
Para além de tal não ter acontecido, assistimos desde aquele dia a mudanças estéticas profundas, repare-se, não de conteúdos mas sim de atitude, jovial pretenderão dizer, que agride sumariamente o seu auditório fiel sob o pretexto de captar um outro mais jovem, conforme poderão constatar pelas palavras do seu Director.
Ora, ou muito me engano, ou para além de nem mais uma alma captar corre o sério risco de perder a fidelidade dos constantes.
Este assunto é tanto mais actual quanto hoje nos vemos tropeçar em pungentes oligarquias nos meios audiovisuais portugueses, conforme já denunciaram, por exemplo, Adufe e Textos de Contracapa.
É ainda de salientar que a Antena 2 é detentora do maior e mais rico espólio fonográfico da vida musical portuguesa dos últimos 50 anos, não sabendo nós o que estará a ser, se é que está a ser, feito para a sua preservação, manutenção catalogação e divulgação.
Chamo, assim, a atenção para que o aqui e aqui foi escrito neste fórum alternativo sobre a tentativa frustada de criação de um Associação de Amigos da RDP para que se possa ver a preocupação existente para as bandas da Antena 2, a única estação temática do Estado sobre música clássica e cultura.