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25 novembro 2003

Mais ridículo que o ridículo é o ridículo de se saber ridículo

Fala-se, na Bloguitica, na Janela para o Rio e nestas Irreflexões, do pedido de demissão da Sra. Ministra das Finanças por parte do Dr. Manuel Monteiro.
Não, não quero saber se Manuel Monteiro se antecipou ao PS, ao PCP ou ao BE ou ao futuro Rei de Inglaterra!
Também não quero saber que apesar da senhora Ministra ter votado favoravelmente à excepção não a pediu para Portugal (em abono da verdade de nada adiantaria um hipotético pedido antes de ele ser previamente concedido a países como a Alemanha ou a França)!
O que me importa é pugnar para que a ética tenha de estar consubstanciada na política, na estratégia, na sociedade, na escola e em casa.
Ora ouvir a Sra. Dra. Manuela Ferreira Leite, diariamente desde a sua tomada de posse, dizer que o tecto de 3% de défice público é o primeiro desígnio nacional e agora votar favoravelmente o estado de excepção revela uma falta, no mínimo, de respeito por quem a tomou a sério desde então. Aos princípios éticos orientadores da conduta não se podem sobrepor os interesses conjunturais ou de ocasião.
Em boa verdade a senhora Ministra, num só acto, esvaziou por inteiro a razão de ser Ministra. Negou o seu único objectivo!
É, para mim evidente, que a senhora Ministra se deveria demitir assim como o senhor Primeiro-Ministro se de acordo com o voto da sua Ministra estiver.
A não ser assim, não vale a pena dar o mínimo de crédito aos políticos por mais que o Presidente da República o peça.