Bloguítica apelida-me gentilmente de idealista, tal como a este Adufe mas, apesar de compreender a defesa que faço da ética, diz:
Compreendo e partilho algumas das preocupações dos idealistas, mas nao concordo com a forma como tendem a gerir as situações de confronto entre os ideais e a realidade.
Eu também compreendo o que pretnde dizer, é que por vezes somos levados, pela força das coisas, pela tal realidade, a transgredirmo-nos, a negarmo-nos, a pecarmos... Pois pecamos e não acreditando eu na absolvição advinda da confissão, creio na honra com que nos devemos revestir para dizer que pecámos e que tentaremos não voltar a errar.
Este idealismo que me aconchega (não nego a justeza do epípeto do Bloguítica) não me cega, no entanto, perante a realidade. Esta é por nós também erigida e ao arredarmos da sua construção a ética, por força de uma outra suposta realidade sem ética, mais não estaremos senão a contribuir para a anti-ética, para o tal pragmatismo, que hoje se diz, mas que prefiro um vocábulo mais adequado - niilismo -“ que cerca e mina a relação do Homem consigo próprio, em nome daquilo que o Homem considera, momentaneamente, mais adequado.
Mas, adiante, sem cegueiras, desçamos à tal realidade preconizada, ao que de facto aconteceu, para constatarmos, sem necessitarmos de grandes exercícios éticos ou morais, que este Governo se auto-purgou da substância de que se investiu. Negou por completo o seu zénite, como diz o Irreflexões e o Terras do Nunca, e tal como Judas, por outras palavras, num só acto, mostrou que até agora andou enganado e tudo o que fez deverá estar mal feito pois a sua sustentação é errada e socialmente injusta.
Ora, perante esta realidade só me parece ver uma saída - a demissão.
Não se ligue, contudo, ao que eu digo, meti-me num assunto que de todo não domino, esta coisa que se apelida de política, devendo ser essa a razão de não ter visto ninguém a pensar como eu 8 excepção feita ao personagem que já falámos) e, assim sendo, democraticamente me demito de mais opinião emitir. Quem sou eu afinal, tão-só um marginal assumido.
Veja-se, como se pode ler em Janela para o Rio, o Ministro das Finanças francês já veio dizer que em 2001 a UE foi demasiadamente severa com Portugal (que foi muito menos severa do que este Governo o foi para com o que o precedeu) e, por isso, tudo me leva a crer na justeza do Crítico quando parodiando diz, coça-me as costas que eu coço-te as tuas.
Para quando o fim deste oportunista ideário de um Bloco Central que teima em se perpetuar desde 1983?