A entrevista de Pedro Roseta ao JL
Esta edição do Jornal de Letras,a 865ª, está excelente, não só pela entrevista ao Ministro da Cultura, mas também pelo espaço que dedica à Educação Artística, ao seu presente e perspectivas futuras. A mim, vai servir-me para algumas reflexões que aqui quero partilhar, sem deixar de aconselhar vivamente a leitura na própria fonte.
José Carlos de Vasconcelos reconhece desde logo no seu editorial que a publicação que dirige tem dado pouco espaço à política cultural, como esta merece, mas enaltece algumas qualidades de Paulo Roseta no exercício das suas funções.
Transcrevo:
Quando tratamos o tema (política cultural) fazemo-lo na exclusiva óptica, que é em todos os domínios e todas as circunstâncias do JL, do que entendemos ser o melhor para a própria cultura (em sentido amplo) portuguesa e para a lusofonia. Ou seja: sem cuidar de aspectos político-partidários, nem "guerras" de interesses, grupos, lóbis e personalidades - algumas tão ciosas de si, com uma desmedida sede de protagonismo.
(...)
Vem isto a propósito do ministro Pedro Roseta e da longa entrevista que com ele publicamos nesta edição (pags. 8/11!).
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Vê-se perfeitamente que Pedro Roseta é um homem de seu natural nada dogmático nem auto-convencido (o que é muito bom), pouco afirmativo, que cultiva a dúvida e procura ter o maior número possível de elementos para decidir (o que é muito mau).
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O segundo aspecto, e para mim de grande relevância - do ponto de vista humano, da seriedade e do carácter, que cada vez mais tendo a privilegiar nas pessoas, mesmo nos políticos... - , é a sua forma de ser e de estar, em absoluto valorizando o que faz ou deve fazer e "apagando" a sua própria figura. E no meio de tanta vaidade, promoção pessoal e ambição tola, de tanto interesse próprio ou de clã travestido de outras roupagens, chega a ser para mim tocante o que outros considerarão pelo menos ingénuo: que alguém veja ainda em ser governante uma simples forma de "dádiva"!
E antes de abordar o conteúdo da entrevista deixo estas palavras de José Carlos de Vasconcelos que muito gratamente subscrevo. Pedro Roseta, à parte o seu desempenho, é para mim um dos modelos do que deve ser uma figura pública com responsabilidades decisórias.