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05 dezembro 2003

Mas que gaita...

Bloguítica, sob o título "Défice", chama a nossa atenção para a crónica de Miguel de Sousa Tavares, no Público.

Li!

Estou de acordo com algumas premissas, mas não me sinto bem em estar... com as conclusões.
Miguel de Sousa Tavares habituou-nos às suas firmes e finais conclusões. Gosto de o ler, tenho em especial apreço a liberdade do seu pensamento e a indepência do seu espírito, mas nem sempre sigo as suas "insofismáveis" posições.
No particular caso, MST, segue a nova moda de que são micro-empresas, afinal, que fogem aos impostos. Segue mal, muito mal, e sobre este assunto, um dia, talvez, escreva...

O que me apetece dizer a Miguel de Sousa Tavares sobre este seu artigo vai na trascrição deste email que recebi e que reproduzo, demagogicamente (será?), sem qualquer comentário, pois diz o que eu gostaria de ter dito.

Exs. Senhores Governantes e Candidatos a

Em cada 100 euros que o patrão paga pela minha força de trabalho, o Estado, e muito bem, tira-me 20 euros para o IRS e 11 euros para a Segurança Social. O meu patrão, por cada 100 euros que paga pela minha força de trabalho, é obrigado a dar ao Estado, e muito bem, mais 23,75 euros para a Segurança Social. E por cada 100 euros de riqueza que eu produzo, o Estado, e muito bem, retira ao meu patrão outros 33 euros. Cada vez que eu, no supermercado, gasto os 100 euros que o meu patrão me pagou, o Estado, e muito bem, fica com 19 euros para si.

Em resumo:
Quando ganho 100 euros, o Estado fica quase com 55. Quando gasto 100 euros, o Estado, no mínimo, cobra 19.
Quando lucro 100 euros, o Estado enriquece 33. Quando compro um carro, uma casa, herdo um quadro, registo os meus negócios ou peço uma certidão, o Estado, e muito bem, fica com quase metade das verbas envolvidas no caso.

Eu pago e acho muito bem, portanto, exijo: um sistema de ensino que garanta cultura, civismo e futuro emprego para o meu filho.
Serviços de saúde exemplares. Um hospital bem equipado a menos de 20 km de minha casa. Estradas largas, sem buracos e bem sinalizadas em todo o País.
Uma máquina fiscal que cobre igualitariamente os impostos.
Auto-estradas sem portagens.
Pontes que não caiam.
Tribunais com capacidade para decidir processos em menos de um ano

Eu pago, e por isso quero ter, quando lá chegar, a reforma garantida.
E jardins públicos e espaços verdes bem tratados e seguros.
Policia eficiente e equipada.
Os monumentos do meu País bem conservados e abertos ao público.
A recuperação e divulgação do nosso património arquictetónico, literário, plástico, musical, isto é, a nossa memória colectiva, a nossa identidade.
Uma orquestra sinfónica em cada região.
Filmes criados em Portugal.
E, no mínimo, que não haja um único caso de fome e de miséria nesta terra.

Na pior das hipóteses, cada 300 euros em circulação em Portugal garantem ao Estado 100 euros de receita.

Senhores Governantes e candidatos, cuidem das contas públicas para nos darem o que temos direito por cumprirmos o nosso dever.

Governem-se com o dinheirinho que lhes dou porque eu quero e tenho direito a tudo!