Impunha-se uma actualização de links a blogues que leio. Está feita! Alguns ainda necessitam de ser afinados (cometi alguns erros no template que corrigirei), mas o que é certo é que não consigo manter o critério que tinha anunciado de só linkar os que leio diariamente, ou sempre que me ligo à net. Impossível!
Também não é verdade que serão estes os únicos que espreito. Para ser preciso direi que os constantes são os que leio mais assiduamente e que tenho prazer em visitar. É o que posso dizer.
31 janeiro 2004
30 janeiro 2004
Mísia
Não, não foi professora na Moderna, não estudou na Casa Pia e ainda não se pronunciou sobre o aborto, que eu saiba!
Apenas uma fadista, mais uma, que quis o destino que fosse condecorada pelo Ministro da Cultura francês com o grau de Cavaleiro da Ordem das Artes e das Letras.
Às vezes somos reconhecidos fora de portas pelo que fazemos, raramente pelo que vamos dizendo! Parabéns Mísia!
Apenas uma fadista, mais uma, que quis o destino que fosse condecorada pelo Ministro da Cultura francês com o grau de Cavaleiro da Ordem das Artes e das Letras.
Às vezes somos reconhecidos fora de portas pelo que fazemos, raramente pelo que vamos dizendo! Parabéns Mísia!
O Vaticano e a SIDA
O Vaticano acusa a indústria farmacêutica de provocar uma catástrofe (nas palavras de Aviz) ou um genocídio (nas palvras de Avatares de um Desejo) enquanto que continua a desaconselhar o uso do preservativo.
Para além de evidente a dualidade de critérios perante o horror da maior peste que o mundo assistiu, choca sinceramente a a hipocrisia da conduta.
Contudo, e há sempre um mas, não deixemos que a nossa visão se turve perante este irracionalidade de forma a não valorizarmos a propriedade da denúncia - é incontestável o papel anti-social e desumano da indústria farmacêutica perante os excluídos infectados.
Convém termos isto bem presente pois mesmo em Portugal, onde é suposto o Estado dar aos seropositivos a medicação adequada, muitas vezes não tem cumprido o seu dever, notoriamente nos hospitais que passaram a S.A. e, pelo facto de tratar de pessoas socialmente marginalizadas, este facto nunca chega aos meios de comunicação social.
Para além de evidente a dualidade de critérios perante o horror da maior peste que o mundo assistiu, choca sinceramente a a hipocrisia da conduta.
Contudo, e há sempre um mas, não deixemos que a nossa visão se turve perante este irracionalidade de forma a não valorizarmos a propriedade da denúncia - é incontestável o papel anti-social e desumano da indústria farmacêutica perante os excluídos infectados.
Convém termos isto bem presente pois mesmo em Portugal, onde é suposto o Estado dar aos seropositivos a medicação adequada, muitas vezes não tem cumprido o seu dever, notoriamente nos hospitais que passaram a S.A. e, pelo facto de tratar de pessoas socialmente marginalizadas, este facto nunca chega aos meios de comunicação social.
29 janeiro 2004
Começou a Campanha Euro Lisboa 2004?
Não estou bem certo quanto à localização dos novos estádios e muito menos quanto ao calendário de Euro 2004, mas assim de repente, deixa lá ver, de cima para baixo, Braga, Guimarães, Porto, Coimbra, Leiria, Lisboa, Faro e desculpem se falta mais alguma cidade palco de jogos do Euro!
O que é certo é que foram desfraldados os primeiros panos alusivos e publicitários ao evento, dois, em Madrid, um com uma imagem do Terreiro do Paço relvado, outro com uma foto de Lisboa "by night", encimada com o seu altaneiro castelo de S. Jorge. Bonitas fotos, por acaso.
Mas porra, o Euro 2004 só vai ser em lisboa? Foi a Câmara de Lisboa que pagou os panos e alugou o espaço? Terá sido a expenças da Direcção regional de Turismo da zona metropolitana de Lisboa? Ou foi do saco de todos? Nem uma fotozita da Sé de Braga, ou da Penha e do Castelo de Guimarães, ou da Ribeira tirada da Serra do Pilar, ou do pátio da Universidade de Coimbra, ou das praias algarvias, já não digo de Beringel porque não construíram lá estádio (pelo menos até à data).
Ah, como eu aprecio entes regio-descentralizadores! Façam lá os estadiozitos prá malta,mas turistitas para cá! A bem da nação, pois claro!
O que é certo é que foram desfraldados os primeiros panos alusivos e publicitários ao evento, dois, em Madrid, um com uma imagem do Terreiro do Paço relvado, outro com uma foto de Lisboa "by night", encimada com o seu altaneiro castelo de S. Jorge. Bonitas fotos, por acaso.
Mas porra, o Euro 2004 só vai ser em lisboa? Foi a Câmara de Lisboa que pagou os panos e alugou o espaço? Terá sido a expenças da Direcção regional de Turismo da zona metropolitana de Lisboa? Ou foi do saco de todos? Nem uma fotozita da Sé de Braga, ou da Penha e do Castelo de Guimarães, ou da Ribeira tirada da Serra do Pilar, ou do pátio da Universidade de Coimbra, ou das praias algarvias, já não digo de Beringel porque não construíram lá estádio (pelo menos até à data).
Ah, como eu aprecio entes regio-descentralizadores! Façam lá os estadiozitos prá malta,mas turistitas para cá! A bem da nação, pois claro!
RTP - a mão à palmatória
Há mais de um ano tremi, eu e todos os que acreditam que à RTP cabe prestar um "Serviço Público", quando o Sr. Ministro parecia querer acabar com tudo o que restava que cheirasse à "supérflua" cultura.
Volvido este ano, muita coisa mudou, até a maneira de pensar do Sr. Ministro.
Vem isto a propósito de duas recentes iniciativas da RTP que poderão ter passado despercebidas mas que são de relevo para quem preza a nossa memória colectiva e para quem acredita que somos capazes de fazer bem - o contrato com a Tobis para a recuperação e digitalização de todo o acervo da RTP ainda arquivado em filme e o contrato com o Ministério da Cultura para a produção de 12 documentários sobre Portugal a entregar por concurso público a produtores nacionais independentes.
Apesar de ninguém ter ainda definido o que será "Serviço Público" audiovisual, sem margem para dúvidas, ninguém questionará que estas duas iniciativas são Serviço Público.
Os meus parabéns à equipa liderada pelo Dr. Almerindo Marques, a quem conseguiu convencer o Sr. Ministro que existiam outros caminhos e ao Sr. Ministro por constatar que há outros caminhos bem mais nobres a trilhar, a bem da cultura e de todos nós.
Aguardo com ansiedade o anúncio da recuperação do mais valioso espólio fonográfico português, sem o qual não será mais possível fazer a história da música da 2ª metade do sec. XX português, constituído pela RDP, em especial ao da Antena 2, cujo conteúdo e situação de armazenamento desconhecemos e suspeitamos que não esteja a ser adequadamente cuidado.
Volvido este ano, muita coisa mudou, até a maneira de pensar do Sr. Ministro.
Vem isto a propósito de duas recentes iniciativas da RTP que poderão ter passado despercebidas mas que são de relevo para quem preza a nossa memória colectiva e para quem acredita que somos capazes de fazer bem - o contrato com a Tobis para a recuperação e digitalização de todo o acervo da RTP ainda arquivado em filme e o contrato com o Ministério da Cultura para a produção de 12 documentários sobre Portugal a entregar por concurso público a produtores nacionais independentes.
Apesar de ninguém ter ainda definido o que será "Serviço Público" audiovisual, sem margem para dúvidas, ninguém questionará que estas duas iniciativas são Serviço Público.
Os meus parabéns à equipa liderada pelo Dr. Almerindo Marques, a quem conseguiu convencer o Sr. Ministro que existiam outros caminhos e ao Sr. Ministro por constatar que há outros caminhos bem mais nobres a trilhar, a bem da cultura e de todos nós.
Aguardo com ansiedade o anúncio da recuperação do mais valioso espólio fonográfico português, sem o qual não será mais possível fazer a história da música da 2ª metade do sec. XX português, constituído pela RDP, em especial ao da Antena 2, cujo conteúdo e situação de armazenamento desconhecemos e suspeitamos que não esteja a ser adequadamente cuidado.
28 janeiro 2004
Assim se deveria ir fazendo
o nosso Alentejo. Vejam, por favor, o email que acabo de receber:
No ano de 2004, a A.D.P. Beja vai continuar as suas conversas sobre Beja, de forma a manter um fórum de discussão actualizado, onde a participação dos cidadãos na vida activa se possa ouvir sem a necessidade dos mecanismos de poder e de burocracias, vimos por este meio convidar V. Exa., às Conversas de Beja com o tema: “Comércio Tradicional e as Grandes uperfícies”, a realizar no dia 29 de Janeiro, na Cafetaria da Casa da Cultura de Beja, pelas 21h30m.
Agradecendo antecipadamente a vossa participação, aproveitamos a oportunidade para endereçar os nossos
cordiais cumprimentos.
O Presidente da Associação
Florival Baiôa Monteiro
e o anexo:
Comércio Tradicional e as Grandes Superfícies
Conversas de Beja
Nota de Imprensa
Já há algum tempo que temos vindo a assistir a um queixume, ainda tímido, da crise que assola o pequeno comércio local, perspectivando (?) uma hecatombe financeira e uma maior desertificação da zona histórica da cidade, assim como dos novos bairros da cidade.
Ao contrário do que se pode supor esta crise poderá não ter como causas imediatas a instalação das grandes superfícies na cidade, mas sim uma forma continuada de inadaptação a novas linhas de comercialização, modernização de espaços, criação de estruturas associativas e defensoras da classe, novas ofertas de produtos e o elevado preço destes comparados com os que se verificavam em Lisboa e, quem não se lembra, dos que se faziam em Badajoz, Sevilha e até no Rosal de la Frontera.
Será que o Comércio Tradicional perdeu o comboio e tem o destino marcado?
Será que as grandes superfícies são o futuro do comércio na nossa região?
Poderão as grandes superfícies cumprir o seu objecto social de criar emprego e deste e de outros modos contribuir para o desenvolvimento da região?
Será que as grandes superfícies continuarão a enviar as suas enormes receitas para os bancos de Lisboa e Porto e por aqui só ficam as lamentações e a falta de apoios destas à vida comunitária?
Problemas que queremos aclarar e, em conjunto, discutir para melhor compreender as situações, é o convite que a ADPBeja - Associação para a Defesa do Património de Beja, para o próximo dia 29 de Janeiro, Quinta-feira, pelas 21,30 horas, na Cafetaria da Casa da Cultura de Beja.
Aproveite para desabafar e beber um café connosco!
Assim, tá bem.
No ano de 2004, a A.D.P. Beja vai continuar as suas conversas sobre Beja, de forma a manter um fórum de discussão actualizado, onde a participação dos cidadãos na vida activa se possa ouvir sem a necessidade dos mecanismos de poder e de burocracias, vimos por este meio convidar V. Exa., às Conversas de Beja com o tema: “Comércio Tradicional e as Grandes uperfícies”, a realizar no dia 29 de Janeiro, na Cafetaria da Casa da Cultura de Beja, pelas 21h30m.
Agradecendo antecipadamente a vossa participação, aproveitamos a oportunidade para endereçar os nossos
cordiais cumprimentos.
O Presidente da Associação
Florival Baiôa Monteiro
e o anexo:
Comércio Tradicional e as Grandes Superfícies
Conversas de Beja
Nota de Imprensa
Já há algum tempo que temos vindo a assistir a um queixume, ainda tímido, da crise que assola o pequeno comércio local, perspectivando (?) uma hecatombe financeira e uma maior desertificação da zona histórica da cidade, assim como dos novos bairros da cidade.
Ao contrário do que se pode supor esta crise poderá não ter como causas imediatas a instalação das grandes superfícies na cidade, mas sim uma forma continuada de inadaptação a novas linhas de comercialização, modernização de espaços, criação de estruturas associativas e defensoras da classe, novas ofertas de produtos e o elevado preço destes comparados com os que se verificavam em Lisboa e, quem não se lembra, dos que se faziam em Badajoz, Sevilha e até no Rosal de la Frontera.
Será que o Comércio Tradicional perdeu o comboio e tem o destino marcado?
Será que as grandes superfícies são o futuro do comércio na nossa região?
Poderão as grandes superfícies cumprir o seu objecto social de criar emprego e deste e de outros modos contribuir para o desenvolvimento da região?
Será que as grandes superfícies continuarão a enviar as suas enormes receitas para os bancos de Lisboa e Porto e por aqui só ficam as lamentações e a falta de apoios destas à vida comunitária?
Problemas que queremos aclarar e, em conjunto, discutir para melhor compreender as situações, é o convite que a ADPBeja - Associação para a Defesa do Património de Beja, para o próximo dia 29 de Janeiro, Quinta-feira, pelas 21,30 horas, na Cafetaria da Casa da Cultura de Beja.
Aproveite para desabafar e beber um café connosco!
Assim, tá bem.
Êh Compadres, gandà postàà
Mas, porra, os dislates vão-se adensando e um homem nã de contê!
Antes de mais, aconselho a leitura do que o Francisco Numes e o Nikonman escreveram e também para os últimos números do Diário do Alentejo e do Notícias do Alentejo, mas também do Jornal de Notícias de Sexta-Feira passada.
Com efeito, em texto assinado pelo Carlos Pereira, o DA diz sumariamente: o PCP tomou logo posição contra a legislação do PSD e do PP em 22 de Outubro de 2003, manifestando-se pela "(...) defesa da regionalização e da criação da região administrativa do Alentejo, transformação das associações de municípios existentes em associações de municípios de fins específicos e formação de uma Comunidade Urbana do Alentejo abrangendo os concelhos dos Distritos de Beja, Évora e Portalegre e do litoral alentejano de Setúbal", dizendo que "(...) esta COMURB é a solução que melhor preserva a unidade de toda a região e de todos os alentejanos".
O PS, antes pelo contrário, diz-se "O PS defende também a regionalização e discorda igualmente das novas formas de associativismo intermunicipal". Afirma que "(:::) deve partir-se da organização administrativa e territorial existente, a qual tem por base o distrito, e das quatro associações de municípios em funcionamento".
O PSD de Beja, através do recém-eleito Amílcar Mourão, diz que, "(...) pessoalmente é favorável à regionalização (...) mas o seu Partido ainda não tem uma posição sobre o desenho da(s) futura(s) comunidade(s) urbana(s) alentejana(s) e que por tal não é altura para falar disso".
Em síntese, o PCP considera-se adiantado por ter uma posição já desde Outubro passado - é contra. Pena que estas decisões não tenham eco junto dos cidadãos, se calhar é só para as actas do partido. Por outro lado, permanece na indivisibilidade do Alentejo. Se calhar não quer uma comunidade urbana, quererá um país dentro doutro...
O PS, bem, o PS não percebi bem o que quer, quer o todo às postas, será?
O PSD ainda não recebeu instruções para dizer o que quer...!
Mas, sábias parecem-me as palavras do Amílcar Mourão "não é altura de falar nisso", pois no JN da última Sexta-Feira já lá estava o desenho do Governo para o Alentejo. Portanto, mais uma vez, o PSD parece mais próximo da realidade, não é altura para falar disso porque já se devia ter falado, estudado e concertado posições há muito, muito tempo, há quase 4 anos!
Até agora falei seriamente cingndo-me ao escrito no DA. Mas, com as devidas desculpas, não resisto a parodiar um pouco.
Mas para que serve a regionalização / descentralização? Em que é que as regiões beneficiam ou perdem? Eis a paródia!
Este tema que ora surge como novidade na Administração Pública foi já sobejamente discutido, analisado, dissecado, experimentado no meio empresarial privado, em especial no seio das grandes multinacionais e num ou noutro banco ou seguradora nacionais. E, para quem por lá passou, por quem teve há mais de 10 anos equacionar este assunto, experimentá-lo e resolvê-lo sabe que seria suficiente o Estado fazer de alguns desses processos "case studies" e aplicá-los evitando assim os dislates políticos de quem nunca, ou só esporadicamente, desempenhou funções no meio empresarial privado. Vamos lá ver por tópicos:
1 - serviços
2 - processos
3 - poder de decisão
4 - gestão financeira
Passarei a falar agora só de descentralização já que para o efeito, regionalização e descentralização querem só aquilo mesmo dizer. Será que é benéfico para as populações, para os utentes a descentralização daqueles 4 tópicos? E, se sim, até que ponto?
Não restam dúvidas para ninguém que a descentralização da prestação de serviços de Estado é benéfico para a população. Desde a certidão, à constituição de uma empresa, todos beneficiam com a proximidade de tratamento.
Será então justo pensar que a descentralização processual também será benéfica? Bem pelo contrário. Não existe a mínima necessidade de descentralizar o tratamento processual por 3 motivos a saber: 1 - a informatização e a comunicação instantânea de hoje permite que a centralização processual produza melhores frutos que a sua descentralização; 2 - a capacidade fiscalizadora do Estado não sendo diluída é muito mais eficaz; 3 - os custos da descentralização processual são exponenciais para cada região e, pelas duas constatações anteriores, não se justificam.
Bom, mas a descentralização do poder de decisão é fundamental! Será assim? É evidente a atribuição de níveis de decisão necessários e apropriados às regiões e à confiança em quem se delega (às vezes no Estado esta vertente é um pouco esquecida). Mas não mais.
Reparem, metam-se na pele dum Barranquenho que tem um projecto de investimento para uma propriedade não urbano no seu concelho e que está impedida pelo PDM respectivo. Bom, apresenta o projecto ao gabinete técnico da sua Câmara e é indeferido. Pede uma reunião com o Presidente, este diz não poder ultrapassar o PDM. Vem a Beja à futura Comunidade Urbana, trazendo já consigo alguns filiados partidários apoiantes, mas nada, não se pode fazer nada. Daí, abala para Évora, capital da região, riem-se à boa maneira das capitais que julgam deter a verdade da decisão delegada e dizem-lhe que o seu assunto lhes merecerá a melhor atenção, para aguardar....! Porra! Não tenham dúvida que será assim que acontecerá. É assim nas empresas privadas que optaram temporariamente por este modelo e assim será com a Administração Pública se não for pior!
A verdade é que todos nós, sem excepção, quando não conseguimos resolver os nossos assuntos na nossa localidade queremos, de imediato, passar para quem realmente tem o poder de decisão. Ora, apenas um patamar de descentralização do poder de decisão! Intermediários dispensam-se. Querem-se decisões em tempo útil, mesmo que desfavoráveis.
Gestão financeira tem outras particularidades. Deverão as dotações orçamentais ser iguais para cada competência descentralizada? A meu ver não e isto é que me dói. Cada região é particular e individual. Hoje fala-se muito (modas) em discriminação positiva. Abominável esta designação porque desde logo pressupõe a oposta! Já aqui falei que não haverá regiões, sejam elas esquartejadas como entenderem, sem uma lógica, uma identidade, uma história colectiva comum, que implique uma detecção dos particulares problemas de cada uma e se estabeleçam as estratégias adequadas. Então sim, pleno de nexo, dotações orçamentais distintas pois os problemas são diversas e estratégias particulares e a dotação específica. Não é discriminada, é específica.
Comecei bem, mas agora parodiei demais. Que me desculpem esta afronta de me meter numa coisa que de facto nada percebo, esta política que se vai por aí fazendo. Mas não encontrei outro modo para dizer que não me parece bem que exista uma EDIA com 5 administradores nomeados pelo Governo que por acaso nenhum é bejense, do Baixo Alentejo nem tão pouco alentejano enquanto existem 3 escolas superiores de gestão, que tenhamos uma empresa para fazer um aeroporto (?) com 3 administradores, um militar e dois funcionários da Câmara Municipal de Ourique, sendo que nenhum tem formação em gestão, que Évora "pape" já há uns bons anos o grosso dos subsídios dos Ministérios da Cultura e da Educação em detrimento do restante Alentejo ou até que a Direcção Regional de Educação do Alentejo atribua o paralelismo pedagógico a uma Escola de Música em Évora sem o mínimo de condições de instalações e pedagógicas, ao mesmo tempo que se desdobra em inspecções ridículas em Escolas que são exemplo nacional como o Conservatório Regional do Baixo Alentejo.
Porra, ganda postada, mas pelo nosso Alentejo. Desculpem lá!
Antes de mais, aconselho a leitura do que o Francisco Numes e o Nikonman escreveram e também para os últimos números do Diário do Alentejo e do Notícias do Alentejo, mas também do Jornal de Notícias de Sexta-Feira passada.
Com efeito, em texto assinado pelo Carlos Pereira, o DA diz sumariamente: o PCP tomou logo posição contra a legislação do PSD e do PP em 22 de Outubro de 2003, manifestando-se pela "(...) defesa da regionalização e da criação da região administrativa do Alentejo, transformação das associações de municípios existentes em associações de municípios de fins específicos e formação de uma Comunidade Urbana do Alentejo abrangendo os concelhos dos Distritos de Beja, Évora e Portalegre e do litoral alentejano de Setúbal", dizendo que "(...) esta COMURB é a solução que melhor preserva a unidade de toda a região e de todos os alentejanos".
O PS, antes pelo contrário, diz-se "O PS defende também a regionalização e discorda igualmente das novas formas de associativismo intermunicipal". Afirma que "(:::) deve partir-se da organização administrativa e territorial existente, a qual tem por base o distrito, e das quatro associações de municípios em funcionamento".
O PSD de Beja, através do recém-eleito Amílcar Mourão, diz que, "(...) pessoalmente é favorável à regionalização (...) mas o seu Partido ainda não tem uma posição sobre o desenho da(s) futura(s) comunidade(s) urbana(s) alentejana(s) e que por tal não é altura para falar disso".
Em síntese, o PCP considera-se adiantado por ter uma posição já desde Outubro passado - é contra. Pena que estas decisões não tenham eco junto dos cidadãos, se calhar é só para as actas do partido. Por outro lado, permanece na indivisibilidade do Alentejo. Se calhar não quer uma comunidade urbana, quererá um país dentro doutro...
O PS, bem, o PS não percebi bem o que quer, quer o todo às postas, será?
O PSD ainda não recebeu instruções para dizer o que quer...!
Mas, sábias parecem-me as palavras do Amílcar Mourão "não é altura de falar nisso", pois no JN da última Sexta-Feira já lá estava o desenho do Governo para o Alentejo. Portanto, mais uma vez, o PSD parece mais próximo da realidade, não é altura para falar disso porque já se devia ter falado, estudado e concertado posições há muito, muito tempo, há quase 4 anos!
Até agora falei seriamente cingndo-me ao escrito no DA. Mas, com as devidas desculpas, não resisto a parodiar um pouco.
Mas para que serve a regionalização / descentralização? Em que é que as regiões beneficiam ou perdem? Eis a paródia!
Este tema que ora surge como novidade na Administração Pública foi já sobejamente discutido, analisado, dissecado, experimentado no meio empresarial privado, em especial no seio das grandes multinacionais e num ou noutro banco ou seguradora nacionais. E, para quem por lá passou, por quem teve há mais de 10 anos equacionar este assunto, experimentá-lo e resolvê-lo sabe que seria suficiente o Estado fazer de alguns desses processos "case studies" e aplicá-los evitando assim os dislates políticos de quem nunca, ou só esporadicamente, desempenhou funções no meio empresarial privado. Vamos lá ver por tópicos:
1 - serviços
2 - processos
3 - poder de decisão
4 - gestão financeira
Passarei a falar agora só de descentralização já que para o efeito, regionalização e descentralização querem só aquilo mesmo dizer. Será que é benéfico para as populações, para os utentes a descentralização daqueles 4 tópicos? E, se sim, até que ponto?
Não restam dúvidas para ninguém que a descentralização da prestação de serviços de Estado é benéfico para a população. Desde a certidão, à constituição de uma empresa, todos beneficiam com a proximidade de tratamento.
Será então justo pensar que a descentralização processual também será benéfica? Bem pelo contrário. Não existe a mínima necessidade de descentralizar o tratamento processual por 3 motivos a saber: 1 - a informatização e a comunicação instantânea de hoje permite que a centralização processual produza melhores frutos que a sua descentralização; 2 - a capacidade fiscalizadora do Estado não sendo diluída é muito mais eficaz; 3 - os custos da descentralização processual são exponenciais para cada região e, pelas duas constatações anteriores, não se justificam.
Bom, mas a descentralização do poder de decisão é fundamental! Será assim? É evidente a atribuição de níveis de decisão necessários e apropriados às regiões e à confiança em quem se delega (às vezes no Estado esta vertente é um pouco esquecida). Mas não mais.
Reparem, metam-se na pele dum Barranquenho que tem um projecto de investimento para uma propriedade não urbano no seu concelho e que está impedida pelo PDM respectivo. Bom, apresenta o projecto ao gabinete técnico da sua Câmara e é indeferido. Pede uma reunião com o Presidente, este diz não poder ultrapassar o PDM. Vem a Beja à futura Comunidade Urbana, trazendo já consigo alguns filiados partidários apoiantes, mas nada, não se pode fazer nada. Daí, abala para Évora, capital da região, riem-se à boa maneira das capitais que julgam deter a verdade da decisão delegada e dizem-lhe que o seu assunto lhes merecerá a melhor atenção, para aguardar....! Porra! Não tenham dúvida que será assim que acontecerá. É assim nas empresas privadas que optaram temporariamente por este modelo e assim será com a Administração Pública se não for pior!
A verdade é que todos nós, sem excepção, quando não conseguimos resolver os nossos assuntos na nossa localidade queremos, de imediato, passar para quem realmente tem o poder de decisão. Ora, apenas um patamar de descentralização do poder de decisão! Intermediários dispensam-se. Querem-se decisões em tempo útil, mesmo que desfavoráveis.
Gestão financeira tem outras particularidades. Deverão as dotações orçamentais ser iguais para cada competência descentralizada? A meu ver não e isto é que me dói. Cada região é particular e individual. Hoje fala-se muito (modas) em discriminação positiva. Abominável esta designação porque desde logo pressupõe a oposta! Já aqui falei que não haverá regiões, sejam elas esquartejadas como entenderem, sem uma lógica, uma identidade, uma história colectiva comum, que implique uma detecção dos particulares problemas de cada uma e se estabeleçam as estratégias adequadas. Então sim, pleno de nexo, dotações orçamentais distintas pois os problemas são diversas e estratégias particulares e a dotação específica. Não é discriminada, é específica.
Comecei bem, mas agora parodiei demais. Que me desculpem esta afronta de me meter numa coisa que de facto nada percebo, esta política que se vai por aí fazendo. Mas não encontrei outro modo para dizer que não me parece bem que exista uma EDIA com 5 administradores nomeados pelo Governo que por acaso nenhum é bejense, do Baixo Alentejo nem tão pouco alentejano enquanto existem 3 escolas superiores de gestão, que tenhamos uma empresa para fazer um aeroporto (?) com 3 administradores, um militar e dois funcionários da Câmara Municipal de Ourique, sendo que nenhum tem formação em gestão, que Évora "pape" já há uns bons anos o grosso dos subsídios dos Ministérios da Cultura e da Educação em detrimento do restante Alentejo ou até que a Direcção Regional de Educação do Alentejo atribua o paralelismo pedagógico a uma Escola de Música em Évora sem o mínimo de condições de instalações e pedagógicas, ao mesmo tempo que se desdobra em inspecções ridículas em Escolas que são exemplo nacional como o Conservatório Regional do Baixo Alentejo.
Porra, ganda postada, mas pelo nosso Alentejo. Desculpem lá!
27 janeiro 2004
Emails anónimos
É uma saga que parece não ter fim à vista, aliás, cartas anónimas sempre existiram. Não resisto, contudo, a publicar este pois tem a haver com o último post e considero-o muito bem humorado. Aqui vai:
Vinha assinado por "Invalid Person", mas indagarei. Tenho fundadas suspeitas de que poderá tratar-se de uma muito querida sobrinhita...!
ora agora já podes postar que a tua sobrinha foi às finanças... e que não era no balcão que me indicaste, para que conste, era no das certidões, que fui caridosamente avisada a tempo por uma senhora que estava prá sisa desde a manhã... e que estive cinco minutinhos nessa filinha, a da sisa, (antes que a senhora me informasse), e depois fui às certidões e não percebi onde era a fila, porque estavam várias pessoas encostadas ao balcão, nomeadamente um senhor grande e com um sobretudo vestido e um bigode, e que esse senhor fez sinal a alguém e a pessoa veio. depois veio uma senhora ao balcão, e o senhor que estava foi-se embora, e a senhora fixou com ar inquiridor os contribuintes do lado de cá, e eu achei que era comigo, e fui. e entreguei-lhe o papel, e nem tive tempode acabar a frase que ela já o tinha levado. e procurou, procurou, e trouxe-mo e disse qualquer coisa que não percebi, e voltou a olhar para o papel e disse, ah, é renovação, e foi a um livro gordo e viu qulquer coisa e enfiou-me um monte de papéis nas mãos e quase juro que tinha empurrado se não estivesse o balcão entre nós. e isto tudo se pasosu sem um sorriso nem uma palavra especificamente a mim dirigida. e além disso estava muito calor e muita gente amontoada, que a repartição não tem nem senhas de vez nem ventilação. e pronto. meti no envelope e correei.
Vinha assinado por "Invalid Person", mas indagarei. Tenho fundadas suspeitas de que poderá tratar-se de uma muito querida sobrinhita...!
26 janeiro 2004
Tive de tratar de assuntos lá p'rás bandas
De Gaia. Coisas com finanças e departamento técnico da Câmara. Precavi-me antes de ir, 3 valiuns en jejum e durante os três dias anteriores umas pastilhas de paciência, duas de manhã e duas ao deitar!
Lá fui, nas vésperas do Ano Novo. Fila nas finanças a perder de vista, pela Avenida fora mas, sorte das sortes, o "guichet" que pretendia estava pouco congestionado, umas três pessoas. Lá pedi o que precisava, correctamente atendido, passei pela tesouraria e disseram-me para levantar dez dias depois.
Bom, ala moleiro e vou à Câmara, pelo caminho mais duas pastilhas de paciência. Que não disseram-me, já não é aqui, é lá em baixo na "GAIURB". Pés ao caminho e fila, mais compacta, mas com bilhetinhos numerados para o atendimento. Sento-me, comodamente, e aguardo pela minha vez, que chega. Digo ao que vou, assino um formulário que gentilmente me preencheram, passo pela tesouraria e informam que poderei levantar daí a dez dias. Olho para o relógio, 11 da manhã, bem bom.
Regressado a Beringel recebo um telefonema para o telemóvel da tal "GAIURB" a pedirem desculpa, mas que não encontram o documento do qual eu precisava de fotocópia autenticada e que era imperioso identificar correctamente pois a menina iria a despacho daí a dois dias. Depois de cerca de 15 minutos de conversa, informa-me que irá realizar outra busca com os novos dados e que me ligaria no dia seguinte. Assim fez, e manda-me, via facs. um exemplar para eu confirmar se seria aquilo. Não era, parecido, sim, mas não era aquele. Bolas. Nada feito! Não se incomode, disse eu, eu terei de aí voltar daqui por cinco dias e nessa altura compararemos documentos.
Lá fui, sentámo-nos numa mesa a esgravatar documento atrás de documento até que ao fim de uma boa hora, eureca, lá estava ele! E agora, vou hoje para baixo e não terei tempo para esperar pelo despacho. Não se preocupe, deixe-me, por favor, um endereço que eu enviar-lhe-ei. Muito obrigado. Fiquei aliviado, mas atónito! Não estou habituado a ser assim atendido. Eis que mais um telefonema..., o senhor ainda está por cá? Sim, disse eu, então se puder voltar a passar já cá tenho o documento autenticado!
Esta historieta deu-me que pensar..., pensar que se porventura as repartições de finanças, as Conservatórias dos diversos registos, os notários e os serviços camarários deste país, a água, luz e telefone não funcionam assim aconselho, vivamente, os Ministros responsáveis pelas tutelas a visitarem a "GAIURB EM" para verem como se pode servir quem precisa e, em caso de persistirem dúvidas quanto ao modelo, vá lá, façam um telefonemazito ao Luís Filipe Menezes a perguntar a quem fez como é que se faz!
Ah, nas finanças? Tive azar, foi dia de greve!
Lá fui, nas vésperas do Ano Novo. Fila nas finanças a perder de vista, pela Avenida fora mas, sorte das sortes, o "guichet" que pretendia estava pouco congestionado, umas três pessoas. Lá pedi o que precisava, correctamente atendido, passei pela tesouraria e disseram-me para levantar dez dias depois.
Bom, ala moleiro e vou à Câmara, pelo caminho mais duas pastilhas de paciência. Que não disseram-me, já não é aqui, é lá em baixo na "GAIURB". Pés ao caminho e fila, mais compacta, mas com bilhetinhos numerados para o atendimento. Sento-me, comodamente, e aguardo pela minha vez, que chega. Digo ao que vou, assino um formulário que gentilmente me preencheram, passo pela tesouraria e informam que poderei levantar daí a dez dias. Olho para o relógio, 11 da manhã, bem bom.
Regressado a Beringel recebo um telefonema para o telemóvel da tal "GAIURB" a pedirem desculpa, mas que não encontram o documento do qual eu precisava de fotocópia autenticada e que era imperioso identificar correctamente pois a menina iria a despacho daí a dois dias. Depois de cerca de 15 minutos de conversa, informa-me que irá realizar outra busca com os novos dados e que me ligaria no dia seguinte. Assim fez, e manda-me, via facs. um exemplar para eu confirmar se seria aquilo. Não era, parecido, sim, mas não era aquele. Bolas. Nada feito! Não se incomode, disse eu, eu terei de aí voltar daqui por cinco dias e nessa altura compararemos documentos.
Lá fui, sentámo-nos numa mesa a esgravatar documento atrás de documento até que ao fim de uma boa hora, eureca, lá estava ele! E agora, vou hoje para baixo e não terei tempo para esperar pelo despacho. Não se preocupe, deixe-me, por favor, um endereço que eu enviar-lhe-ei. Muito obrigado. Fiquei aliviado, mas atónito! Não estou habituado a ser assim atendido. Eis que mais um telefonema..., o senhor ainda está por cá? Sim, disse eu, então se puder voltar a passar já cá tenho o documento autenticado!
Esta historieta deu-me que pensar..., pensar que se porventura as repartições de finanças, as Conservatórias dos diversos registos, os notários e os serviços camarários deste país, a água, luz e telefone não funcionam assim aconselho, vivamente, os Ministros responsáveis pelas tutelas a visitarem a "GAIURB EM" para verem como se pode servir quem precisa e, em caso de persistirem dúvidas quanto ao modelo, vá lá, façam um telefonemazito ao Luís Filipe Menezes a perguntar a quem fez como é que se faz!
Ah, nas finanças? Tive azar, foi dia de greve!
Sem falta, esta semana
Terei de actualizar os links desde Ideias Soltas. Contudo, o critério que sempre defendi e tentei cumprir, o de só linkar os Blogues que lia diariamente, não poderá manter-se. Com efeito, continuo a ler diariamente, isto é, sempre que me ligo à net, alguns Blogues enquanto outros mais esporadicamente e acho muito pouco curial estar para aqui a dizer "diariamente" tal, tal e tal, "esporadicamente" tal, tal e coiso. Pensarei numa forma até ao final desta semana pois estou em dívida para com os que leio e ainda não linkei.
21 janeiro 2004
DIFUNDART
É uma Associação sens fins lucrativos que está em fase de constituição cujo objecto se prende com a preservação da nossa memória colectiva e identidade(s), da nossa cultura, e pela sua efectiva presença na educação e nos meios audiovisuais portugueses.
A DIFUNDART apresentou-se neste Fórum com este texto, onde poderão constatar que a Comissão Instaladora abre o projecto de estatutos a todos os que pretenderem, de alguma forma, aperfeiçoar o seu conteúdo através do email difundart@hotmail.com .
Eu disse presente. Acredito que há muitos assuntos, e este é sem dúvida alguma um dos mais urgentes, que cabem a todos nós, a chamada sociedade civil, trabalhar para ajudar os nossos políticos a melhor decidir, para o bem de todos, e não esperar que seja o Estado, só por si, a arcar com todas as responsabilidades.
Transcrevo o texto de apresentação da DIFUNDART:
Estimados Forenses
Está definitivamente aprovada e registada a associação que anunciámos estar em fase de constituição com a designação de “DIFUNDART – Associação dos Amigos da Rádio e da Televisão”.
Para aqueles que connosco convivem há mais tempo, através deste Fórum e do saudoso Fórum da Antena 2, saberão que a ideia inicial nasceu com a extinção deste último espaço mas, volvidos estes largos meses, entendemos alargar em muito os horizontes da DIFUNDART, ou seja, em vez de nos esgotarmos numa associação de amigos da Antena 2, tentaremos que seja um espaço de livre e responsável reflexão sobre o papel que os meios audiovisuais podem e deverão assumir na formação , seja através da preservação dos acervos fono e videográficos, seja através de uma articulação estreita entre a sua tutela e os Ministérios da Educação e da Cultura.
De momento e até à sua apresentação oficial a Comissão Instaladora da DIFUNDART considerou imprescindível abrir o seu projecto para que a sociedade civil possa envolver-se activamente no seu processo de constituição, podendo dar os contributos que melhor entender já que se pretende que seja uma Associação de todos e não de uma minoria de “iluminados”.
Todos os interessados podem, desde já, solicitar o Projecto de Estatutos através do email difundart@hotmail.com, sob o seu nome ou pseudónimo, bastando que nos deixe um endereço de email para os enviarmos em formato “PDF”, isto é, documento visualizado através do programa “Adobe Acrobat Reader”, versão 5.0 ou superior. Muito gratos ficaremos com todos os contributos e sugestões que nos dirigirem com a finalidade de melhorar a DIFUNDART.
Neste Projecto de Estatutos encontrarão, exaustivamente discriminados, os objectivos a que a DIFUNDART se propõe, embora gostássemos de aqui deixar duas linhas estruturantes que nos guiaram na sua preparação. Assim,
A DIFUNDART bater-se-á:
1 – por
uma “Educação em Cultura”, isto é, uma educação que promova a nossa memória colectiva , a(s) nossa(s) identidade(s) e os valores que nos enformam, de forma a que se possa induzir nos nossos jovens e na sociedade em geral, uma consciente liberdade, já que é a cultura, exactamente, que faz a ponte entre o passado e o futuro, condição prima da Pessoa verdadeiramente livre, civilizacionalmente capaz de decidir diante da diversidade das opções com que a vida nos confronta;
2 – contra
toda e qualquer atitude, acção e comportamento que promova a descomplexização da divulgação e formação cultural, quer nos meios audiovisuais quer na escola, que comprovadamente conduziram ao actual estado caótico da iletracia generalizada, principal óbice à manifestação de uma cidadania culturalmente livre e participativa da Pessoa enquanto Ser eminentemente social e redutor do nosso desenvolvimento geral.
A Comissão Instaladora
Carlos Lima Alves
Catarina Campos
Henrique Silveira
Virgílio Marques
A DIFUNDART apresentou-se neste Fórum com este texto, onde poderão constatar que a Comissão Instaladora abre o projecto de estatutos a todos os que pretenderem, de alguma forma, aperfeiçoar o seu conteúdo através do email difundart@hotmail.com .
Eu disse presente. Acredito que há muitos assuntos, e este é sem dúvida alguma um dos mais urgentes, que cabem a todos nós, a chamada sociedade civil, trabalhar para ajudar os nossos políticos a melhor decidir, para o bem de todos, e não esperar que seja o Estado, só por si, a arcar com todas as responsabilidades.
Transcrevo o texto de apresentação da DIFUNDART:
Estimados Forenses
Está definitivamente aprovada e registada a associação que anunciámos estar em fase de constituição com a designação de “DIFUNDART – Associação dos Amigos da Rádio e da Televisão”.
Para aqueles que connosco convivem há mais tempo, através deste Fórum e do saudoso Fórum da Antena 2, saberão que a ideia inicial nasceu com a extinção deste último espaço mas, volvidos estes largos meses, entendemos alargar em muito os horizontes da DIFUNDART, ou seja, em vez de nos esgotarmos numa associação de amigos da Antena 2, tentaremos que seja um espaço de livre e responsável reflexão sobre o papel que os meios audiovisuais podem e deverão assumir na formação , seja através da preservação dos acervos fono e videográficos, seja através de uma articulação estreita entre a sua tutela e os Ministérios da Educação e da Cultura.
De momento e até à sua apresentação oficial a Comissão Instaladora da DIFUNDART considerou imprescindível abrir o seu projecto para que a sociedade civil possa envolver-se activamente no seu processo de constituição, podendo dar os contributos que melhor entender já que se pretende que seja uma Associação de todos e não de uma minoria de “iluminados”.
Todos os interessados podem, desde já, solicitar o Projecto de Estatutos através do email difundart@hotmail.com, sob o seu nome ou pseudónimo, bastando que nos deixe um endereço de email para os enviarmos em formato “PDF”, isto é, documento visualizado através do programa “Adobe Acrobat Reader”, versão 5.0 ou superior. Muito gratos ficaremos com todos os contributos e sugestões que nos dirigirem com a finalidade de melhorar a DIFUNDART.
Neste Projecto de Estatutos encontrarão, exaustivamente discriminados, os objectivos a que a DIFUNDART se propõe, embora gostássemos de aqui deixar duas linhas estruturantes que nos guiaram na sua preparação. Assim,
A DIFUNDART bater-se-á:
1 – por
uma “Educação em Cultura”, isto é, uma educação que promova a nossa memória colectiva , a(s) nossa(s) identidade(s) e os valores que nos enformam, de forma a que se possa induzir nos nossos jovens e na sociedade em geral, uma consciente liberdade, já que é a cultura, exactamente, que faz a ponte entre o passado e o futuro, condição prima da Pessoa verdadeiramente livre, civilizacionalmente capaz de decidir diante da diversidade das opções com que a vida nos confronta;
2 – contra
toda e qualquer atitude, acção e comportamento que promova a descomplexização da divulgação e formação cultural, quer nos meios audiovisuais quer na escola, que comprovadamente conduziram ao actual estado caótico da iletracia generalizada, principal óbice à manifestação de uma cidadania culturalmente livre e participativa da Pessoa enquanto Ser eminentemente social e redutor do nosso desenvolvimento geral.
A Comissão Instaladora
Carlos Lima Alves
Catarina Campos
Henrique Silveira
Virgílio Marques
20 janeiro 2004
A "Descentralização" e a Produtividade
Com o pretexto de dar cumprimento ao estipulado na nossa Constituição o PS avança em 1998 com um processo de regionalização conhecido por todos. Quer um referendo, esquarteja Portugal em talhões (não se entende internamente sobre o seu número e configuração), define o quadro legal e operacional de atribuição e desenvolvimento de competências com respectivas dotações orçamentais.
É evidente que, à época na oposição, o PSD e o PP se manifestaram e baterem contra, pelos menos contra aquela regionalização e o PCP e o BE relutantemente a favor da regionalização possível.
Ninguém entendeu as pretensões do PS! Instituía regiões que não o eram de facto, não ouviu o poder local e perdeu um referendo sem qualquer adesão significativa dos portugueses em 8 de Novembro de 1998.
Agora, em 2004, o PSD e o CDS, já no governo, instituem outros tantos talhões, com diferentes nomenclaturas, é certo, definem o quadro legal e operacional de atribuição e desenvolvimento de competências com respectivas dotações orçamentais, mas não as submete a referendo, sob pretexto de os portugueses se terem já manifestado contra a regionalização, e por tal será descentralização.
Ora, como é mesmíssima coisa, também ninguém entende.
Todos os partidos sabiam, já desde 1996, que para mais beneficiar do IV Quadro Comunitário, dever-se-ia dividir administrativamente o país. Repito, todos sabiam. Por outras palavras, não se regionalizou para cumprir a Constituição nem se descentraliza por existir em Portugal regiões perfeitamente identificáveis, com identidade e coerência económica, social e cultural próprias. Esquarteja-se Portugal por imperativo do IV Quadro Comunitário.
Entretanto, este Governo, através do seu Ministério da Economia, encomenda, e muito bem, ao Prof. Daniel Bessa um estudo sobre a identificação das carências particulares do país, potenciais e soluções específicas.
Com pompa e circunstância, o Senhor Primeiro-Ministro marca presença na apresentação das conclusões do estudo encomendado e, vai daí, avança para a chamada descentralização com a criação de "regiões" que em muito pouco correspondem aos resultados apresentados pelo Prof. Daniel Bessa. Não percebemos, mas também não temos de perceber tudo.
Em boa verdade, a minha angústia, não se prende com estes folhetins partidários. Prende-se antes com uma simples pergunta: se todos os partidos sabiam que se teria de criar um novo mapa administrativo, no máximo até 2004, o que é que eles fizeram desde o referendo de 1998 até agora?
Aparentemente nada. Rigorosamente nada!
O referendo, como sabemos, não é vinculativo, mas serviu para os partidos continuarem a vociferar merdices sobre a sua irredutível posição de princípio em relação à regionalização sem cumprirem minimamente o seu dever - o de se sentarem à mesma mesa para estudarem aprofundadamente como resolver este problema, nem a nível nacional nem a nível local.
Para quem aponta o dedo aos portugueses por insuficiente produtividade os nossos Partidos foram, mais uma vez, o paradigma de produtividade 0. Esquecerem, como o fazem recorrentemente, que são financiados pelos contribuintes e que apenas um deles tem as suas contas como a lei determina.
Os Partidos Políticos portugueses não têm feito política, eis a verdade, têm tratado de questiúnculas que nada têm de substancial para o país, nem têm acrescentado valor algum.
Andam da Moderna para a Casa Pia, desta para o Aborto, mas tratar de equacionar e resolver os reais problemas do país, isto é, fazer política, não lhes ocorre.
Esta é a minha profunda angústia, a produtividade 0 dos nossos Partidos Políticos.
É evidente que, à época na oposição, o PSD e o PP se manifestaram e baterem contra, pelos menos contra aquela regionalização e o PCP e o BE relutantemente a favor da regionalização possível.
Ninguém entendeu as pretensões do PS! Instituía regiões que não o eram de facto, não ouviu o poder local e perdeu um referendo sem qualquer adesão significativa dos portugueses em 8 de Novembro de 1998.
Agora, em 2004, o PSD e o CDS, já no governo, instituem outros tantos talhões, com diferentes nomenclaturas, é certo, definem o quadro legal e operacional de atribuição e desenvolvimento de competências com respectivas dotações orçamentais, mas não as submete a referendo, sob pretexto de os portugueses se terem já manifestado contra a regionalização, e por tal será descentralização.
Ora, como é mesmíssima coisa, também ninguém entende.
Todos os partidos sabiam, já desde 1996, que para mais beneficiar do IV Quadro Comunitário, dever-se-ia dividir administrativamente o país. Repito, todos sabiam. Por outras palavras, não se regionalizou para cumprir a Constituição nem se descentraliza por existir em Portugal regiões perfeitamente identificáveis, com identidade e coerência económica, social e cultural próprias. Esquarteja-se Portugal por imperativo do IV Quadro Comunitário.
Entretanto, este Governo, através do seu Ministério da Economia, encomenda, e muito bem, ao Prof. Daniel Bessa um estudo sobre a identificação das carências particulares do país, potenciais e soluções específicas.
Com pompa e circunstância, o Senhor Primeiro-Ministro marca presença na apresentação das conclusões do estudo encomendado e, vai daí, avança para a chamada descentralização com a criação de "regiões" que em muito pouco correspondem aos resultados apresentados pelo Prof. Daniel Bessa. Não percebemos, mas também não temos de perceber tudo.
Em boa verdade, a minha angústia, não se prende com estes folhetins partidários. Prende-se antes com uma simples pergunta: se todos os partidos sabiam que se teria de criar um novo mapa administrativo, no máximo até 2004, o que é que eles fizeram desde o referendo de 1998 até agora?
Aparentemente nada. Rigorosamente nada!
O referendo, como sabemos, não é vinculativo, mas serviu para os partidos continuarem a vociferar merdices sobre a sua irredutível posição de princípio em relação à regionalização sem cumprirem minimamente o seu dever - o de se sentarem à mesma mesa para estudarem aprofundadamente como resolver este problema, nem a nível nacional nem a nível local.
Para quem aponta o dedo aos portugueses por insuficiente produtividade os nossos Partidos foram, mais uma vez, o paradigma de produtividade 0. Esquecerem, como o fazem recorrentemente, que são financiados pelos contribuintes e que apenas um deles tem as suas contas como a lei determina.
Os Partidos Políticos portugueses não têm feito política, eis a verdade, têm tratado de questiúnculas que nada têm de substancial para o país, nem têm acrescentado valor algum.
Andam da Moderna para a Casa Pia, desta para o Aborto, mas tratar de equacionar e resolver os reais problemas do país, isto é, fazer política, não lhes ocorre.
Esta é a minha profunda angústia, a produtividade 0 dos nossos Partidos Políticos.
19 janeiro 2004
Aplauso contido
O Ministério da Cultura divulga no seu sítio um "Projecto Editorial do Alentejo 2004", onde anuncia um apoio à edição de estudos e obras literárias de carácter ensaiístico sobre a região alentejana.
Trata-se de uma excelente notícia, evidentemente, mas pergunto-me por que será que ninguém fala desta iniciativa, parece ninguém conhecê-la, nenhuma divulgação local.
Apoio, sem reservas claro está, e já agora divulgarei, na medida que me for possível, mas sempre pergunto se a ausência de divulgação local não se prenderá com alguma intenção de beneficiar autores previamente pensados.
As boas intenções são sempre de registar mas, por vezes, neste mundo em que vivemos, assaltam-nos algumas suspeitas, mesmo que infundadas.
Trata-se de uma excelente notícia, evidentemente, mas pergunto-me por que será que ninguém fala desta iniciativa, parece ninguém conhecê-la, nenhuma divulgação local.
Apoio, sem reservas claro está, e já agora divulgarei, na medida que me for possível, mas sempre pergunto se a ausência de divulgação local não se prenderá com alguma intenção de beneficiar autores previamente pensados.
As boas intenções são sempre de registar mas, por vezes, neste mundo em que vivemos, assaltam-nos algumas suspeitas, mesmo que infundadas.
16 janeiro 2004
Vá lá, começa a falar-se!
O Praça da República já escreveu sobre este processo de descentralização e hoje, no Diário do Alentejo, longo artigo de Luís Pita Ameixa. O primeiro pede-nos algum tempo para colher mais informação enquanto que o segundo parece já ter opinião sobre tudo, a sua e vinculativa ao PS.
Ora, é isto que m' entristece!
Divulgar opiniões, cativar as da clientela, sem antes todos juntos tentarem encontrar um rumo é o atavismo que nos tem mantido abúlicos e imobilizados.
Eu recuso identificar-me com quem pretende continuar a tratar (ou destratar) assim a nossa região. Ponho-me de fora, mas convivo muito bem comigo desta forma. Até um dia.
Ora, é isto que m' entristece!
Divulgar opiniões, cativar as da clientela, sem antes todos juntos tentarem encontrar um rumo é o atavismo que nos tem mantido abúlicos e imobilizados.
Eu recuso identificar-me com quem pretende continuar a tratar (ou destratar) assim a nossa região. Ponho-me de fora, mas convivo muito bem comigo desta forma. Até um dia.
http://www.e-cultura.pt
Excelente o novo sítio do Centro Nacional de Cultura. Vasto, fácil de navegar e uma excelente agenda cultural. Parabéns a Guilherme d'Oliveira Martins e sua equipa.
15 janeiro 2004
Cada vez melhor,
este Crítico! Não sei bem porquê, mas sempre que foge à crítica da crítica e aprofunda os problemas, que em si não são de esquerda nem direita, nem sei bem o que com isso se quer dizer, eu gosto ainda mais.
Um blogue de referência, para mim, desde o princípio.
Um blogue de referência, para mim, desde o princípio.
Estranho, Muito Estranho
Que os jornais e as televisões e os blogues de referência não falem desta (qual?) descentralização, até compreendo. Não lhes apetece, o que é respeitável, em nome da liberdade.
Agora que os blogues ligados ao Alentejo, como o Praça da República, o Alentejanando, a Planície Heróica, o Ao Sul, o Alentejão, o Évora dos Pequeninos, não tenham escrito uma linha, uma linhita, sobre o facto de estarmos banidos do famoso mapa é que é..., não sei bem dizer, estranho, será?
Que se passa? Algum segredo de Estado ou mais umas partidarices desavindas?
Agora que os blogues ligados ao Alentejo, como o Praça da República, o Alentejanando, a Planície Heróica, o Ao Sul, o Alentejão, o Évora dos Pequeninos, não tenham escrito uma linha, uma linhita, sobre o facto de estarmos banidos do famoso mapa é que é..., não sei bem dizer, estranho, será?
Que se passa? Algum segredo de Estado ou mais umas partidarices desavindas?
Voz que Não Deveria Pregar no Deserto
É o caso deste excelente post que me apetece transcrever da Voz do Deserto, sob o título, "Pequeno Sermão de Quarta-feira". Aí vai:
A relação que se deseja com a lei é paulina. Tenho um conceito negativo dos mandamentos, por isso me apego tanto a eles. Quando ouço falar no espírito da lei sei que o meu lugar pertence na letra.
Uma das funções das regras é sermos levados a conhecer o mal. A partir daí a postura legalista é a forma mais empenhada de proteger a nossa alma.
A virtude da lei é saber que não há virtude em praticá-la. Mas que nos pode defender de asneiras maiores.
O que falta ao mundo inteiro não é paz. Mas a medida de guerra interior necessária para permitir a sensatez.
A relação que se deseja com a lei é paulina. Tenho um conceito negativo dos mandamentos, por isso me apego tanto a eles. Quando ouço falar no espírito da lei sei que o meu lugar pertence na letra.
Uma das funções das regras é sermos levados a conhecer o mal. A partir daí a postura legalista é a forma mais empenhada de proteger a nossa alma.
A virtude da lei é saber que não há virtude em praticá-la. Mas que nos pode defender de asneiras maiores.
O que falta ao mundo inteiro não é paz. Mas a medida de guerra interior necessária para permitir a sensatez.
14 janeiro 2004
Tá bem, tá!
Aborda-se a questão da defesa do bom nome dos cidadãos com a consequente possibilidade de fazer uma alteração à lei de imprensa e "aqui d'el rei" que é censura em todos os canais televisivos com presença massiva de todos os excelsos directores dos media.
Vai-se à pressa esquatejar o país aos pedaços para melhor aproveitar o QC IV sem se saber com que bases ou fundamentos nem com que estratégias específicas para cada retalho e os jornalistas não pegam no assunto!
Depois, bom, depois é vê-los a blafesmar contra o corporativismo das Ordens dos médicos, dos advogados e por aí adiante.
Anarca, se calhar tens razão, neste país é carnaval todos os dias.
Vai-se à pressa esquatejar o país aos pedaços para melhor aproveitar o QC IV sem se saber com que bases ou fundamentos nem com que estratégias específicas para cada retalho e os jornalistas não pegam no assunto!
Depois, bom, depois é vê-los a blafesmar contra o corporativismo das Ordens dos médicos, dos advogados e por aí adiante.
Anarca, se calhar tens razão, neste país é carnaval todos os dias.
13 janeiro 2004
Quero ser eu, quero ser eu a esquartejar!
Ontem no "Prós e Contras" era suposto falar dos problemas da interioridade, mas fomos confrontados com mais uma proposta de esquartejamento do país, agora não em regiões antes em zonas metropolitanas, produto da cabeça do Sr. Secretário de Estado José Relvas.
O único estudo com princípio e fim foi encomendado pelo governo a Daniel Bessa que identificou as particularidades de cada área, tipificou-as, anunciou uma divisão administrativa apoiada em dificuldades comuns e apontou possíveis soluções para cada uma delas. O estudo não está disponível na íntegra, apenas uma síntese no site do Ministério da Economia, mas averdade é que as áreas tipificadas por Daniel Bessa não têm correspondência nestas divulgadas pelo governo e, por outro lado, tratando-se como parece de mais um esquartejamento, tudo indica que este servirá melhor a clientela do partido que está no poder, assim como o anterior.
Esta porra de regionalização ou descentralização (que é a mesma trampa, tá-se a ver) prende-se com a passagem para associações de minicípios de respomsabilidades que competem ao poder central, aligeirando desta forma o orçamento do Estado.
Ora, das duas uma, ou se contratam pessoas competentes para gerir localmente essas novas responsabilidades (nem falo das verbas) ou isto não servirá para nada, pois como dise o Sr. Secretário de Estado mais de metade dos funcionários das autarquis tem 4 a 6 anos de escolaridade. No entanto, um dos maiores defeitos apontados ao esquartejamento do anterior governo era a contratação de milhares de novos funcionários para as enunciadas regiões. Que fazer?
É que estamos fartos de politiquices! Já sabemos há muito quais os problemas de cada região, mas há um, o tal da desertificação, que é comum e de resolução improvável em qualquer destes modelos - a ausência que quadros competentes.
É que na mais que proclamada desertificação, a incidência fracturante e inibidora do desenvolvimento é a atracção dos quadros locais para as grandes metrópoles. Daí, sem um esforço concertado entre os Municípios, Instituições de Enino, Ministérios da Educação e Cultura, Regiões de Turismo para captar e fixar competências no interior tudo será vão. Pura treta para servir clientelas, chame-se-lhe regionalização ou descentralização!
Registei, ainda, que no quadro apresentado pelo governo nada está previsto para o Baixo Alentejo, nem área metropolitana, nem associação de municípios, o que revela o que nós já sabíamos, que este governo continua sem saber o que fazer em relação ao Alqueva e ao Aeroporto de Beja. Esta é a verdade, a verdade que a omissão desnuda!
Se não tivesse a idade que tenho defenderia a utopia que alimentava pelos meus vinte anos, a melhor forma de fomentar um desenvolvimento equilibrado seria sediar a Presedência do Conselho de MInistros em Beja, o Ministério da Educação na Covilhã, o da Cultura no Porto, o das Finanças em Porto Santo, o da Economia em Bragança, o da Agricultura em Évora e a Direcção de Informação da RTP em Moimenta da Beira. Em Lisboa permaneceria a Presidência da República e, claro está, o Ministério dos Negócios Estrangeiros. Se esta utopia ou outra de índole idêntica acho que este país mudaria muito...!
O que é assustador é que os políticos que chegam ao poder não fazem a mínima ideia do que é viver no interior para além do pitoresco elogio que endereçam a quem cá vive.
E, já agora, pedimos encarecidamente que abandonem a ideia de nomeações (em caso de descentralização) e de eleições (em caso de regionalização) e promovam concursos públicos que promovam a competência para cada específico desempenho e, se se derem bem com o método façam o mesmo lá prás bamdas de Lisboa e do Porto, pois também aí seria muito útil!
Acabem com plotiquices baratas, é tão-só o que pedimos. Lembrem-se que quase metade da população não vota porque os senhores não a consegue cativar
Tenham respeito, é o mínimo.
O único estudo com princípio e fim foi encomendado pelo governo a Daniel Bessa que identificou as particularidades de cada área, tipificou-as, anunciou uma divisão administrativa apoiada em dificuldades comuns e apontou possíveis soluções para cada uma delas. O estudo não está disponível na íntegra, apenas uma síntese no site do Ministério da Economia, mas averdade é que as áreas tipificadas por Daniel Bessa não têm correspondência nestas divulgadas pelo governo e, por outro lado, tratando-se como parece de mais um esquartejamento, tudo indica que este servirá melhor a clientela do partido que está no poder, assim como o anterior.
Esta porra de regionalização ou descentralização (que é a mesma trampa, tá-se a ver) prende-se com a passagem para associações de minicípios de respomsabilidades que competem ao poder central, aligeirando desta forma o orçamento do Estado.
Ora, das duas uma, ou se contratam pessoas competentes para gerir localmente essas novas responsabilidades (nem falo das verbas) ou isto não servirá para nada, pois como dise o Sr. Secretário de Estado mais de metade dos funcionários das autarquis tem 4 a 6 anos de escolaridade. No entanto, um dos maiores defeitos apontados ao esquartejamento do anterior governo era a contratação de milhares de novos funcionários para as enunciadas regiões. Que fazer?
É que estamos fartos de politiquices! Já sabemos há muito quais os problemas de cada região, mas há um, o tal da desertificação, que é comum e de resolução improvável em qualquer destes modelos - a ausência que quadros competentes.
É que na mais que proclamada desertificação, a incidência fracturante e inibidora do desenvolvimento é a atracção dos quadros locais para as grandes metrópoles. Daí, sem um esforço concertado entre os Municípios, Instituições de Enino, Ministérios da Educação e Cultura, Regiões de Turismo para captar e fixar competências no interior tudo será vão. Pura treta para servir clientelas, chame-se-lhe regionalização ou descentralização!
Registei, ainda, que no quadro apresentado pelo governo nada está previsto para o Baixo Alentejo, nem área metropolitana, nem associação de municípios, o que revela o que nós já sabíamos, que este governo continua sem saber o que fazer em relação ao Alqueva e ao Aeroporto de Beja. Esta é a verdade, a verdade que a omissão desnuda!
Se não tivesse a idade que tenho defenderia a utopia que alimentava pelos meus vinte anos, a melhor forma de fomentar um desenvolvimento equilibrado seria sediar a Presedência do Conselho de MInistros em Beja, o Ministério da Educação na Covilhã, o da Cultura no Porto, o das Finanças em Porto Santo, o da Economia em Bragança, o da Agricultura em Évora e a Direcção de Informação da RTP em Moimenta da Beira. Em Lisboa permaneceria a Presidência da República e, claro está, o Ministério dos Negócios Estrangeiros. Se esta utopia ou outra de índole idêntica acho que este país mudaria muito...!
O que é assustador é que os políticos que chegam ao poder não fazem a mínima ideia do que é viver no interior para além do pitoresco elogio que endereçam a quem cá vive.
E, já agora, pedimos encarecidamente que abandonem a ideia de nomeações (em caso de descentralização) e de eleições (em caso de regionalização) e promovam concursos públicos que promovam a competência para cada específico desempenho e, se se derem bem com o método façam o mesmo lá prás bamdas de Lisboa e do Porto, pois também aí seria muito útil!
Acabem com plotiquices baratas, é tão-só o que pedimos. Lembrem-se que quase metade da população não vota porque os senhores não a consegue cativar
Tenham respeito, é o mínimo.
09 janeiro 2004
Dei com isto e ganhei o dia
Francisco José Viegas reconhece que «todos somos um pouco culpados: o optimismo histórico também é um dos males que, periodicamente, assalta a vida das sociedades, criando ilusões e inventando esperanças. Em meados dos anos oitenta, quase todos nós acreditámos numa coisa que hoje nos parece ridícula, vista à distância o boom editorial. A quantidade de livros editados desde essa altura e não comprados nem lidos é assustadora o bastante. Os mais pessimistas achavam a situação absurda, mas os optimistas começaram cedo a franzir o sobrolho. As editoras cresceram por dentro mas, por fora, o mercado não cessou de diminuir. Esse desacordo é fatal, hoje em dia. Basta ver que, na lista dos livros lidos no último ano apenas um editado nesse período de tempo a verdade é que as tiragens diminuíram nos últimos dois anos, não diminuindo a quantidade de títulos publicados. Não é preciso ser economista para prever os resultados nada satisfatórios desta situação.» (6) E conclui: «O livro não é popular em Portugal. Se calhar, não tem de ser popular, tal como os escritores. O juízo popular não serve para avaliar a qualidade dos livros, evidentemente, nem a sua importância. Mas alguém tem de pensar no assunto, e, aí, o Estado, as escolas e as famílias terão, necessariamente, de ser responsabilizados.» (7)
Este excerto retirado de um ensaio de 1994 de José Leon Machado, publicado na Letras e Letras, sob o título «Motivação para a Leitura», que aconselho vivamente a leitura integral, aqui, abordava um problema grave e agudizado até hoje. O que Francisco José Viegas escreveu é hoje, assustadoramente, mais verdadeiro que há 9 anos e, apesar de se debruçar sobre o livro e a leitura, é válido e pertinente para as artes em geral e para a cultura e educação em particular.
O problema permanece, agudiza-se cada dia que passa, transversalmente atravessa os sucessivos partidos e governos, poderes e instituições, arautos deste turpor de niilismo vivificado de conceptual pragmatismo mascarado e questiono-me, amargamente, o que nos poderá continuar a distanciar para juntos impedirmos, nós, sim, nós, a tal sociedade civil que proclamam porque com razão acreditam na sua incipiência, que destruam a nossa memória, identidade e, em última instância, a nossa capacidade de sermos conscientemente livres.
Percebo o desânimo de FJV quando fala deste bloco central que há décadas abulicamente nos deixa em letargia, mas não, não vai com denúncias, vai com acções, firmes e escorreitas, contra a mediocridade deste facilitismo que impingem aos nossos filhos para que continuem a ser não os «Cordeiros de Deus», antes tão-só cordeiros, os deles.
Deixemo-nos de novelas, Bigs ou Pias! Jogue-se essa merda para o lixo e associemo-nos na essência, no totem.
Este excerto retirado de um ensaio de 1994 de José Leon Machado, publicado na Letras e Letras, sob o título «Motivação para a Leitura», que aconselho vivamente a leitura integral, aqui, abordava um problema grave e agudizado até hoje. O que Francisco José Viegas escreveu é hoje, assustadoramente, mais verdadeiro que há 9 anos e, apesar de se debruçar sobre o livro e a leitura, é válido e pertinente para as artes em geral e para a cultura e educação em particular.
O problema permanece, agudiza-se cada dia que passa, transversalmente atravessa os sucessivos partidos e governos, poderes e instituições, arautos deste turpor de niilismo vivificado de conceptual pragmatismo mascarado e questiono-me, amargamente, o que nos poderá continuar a distanciar para juntos impedirmos, nós, sim, nós, a tal sociedade civil que proclamam porque com razão acreditam na sua incipiência, que destruam a nossa memória, identidade e, em última instância, a nossa capacidade de sermos conscientemente livres.
Percebo o desânimo de FJV quando fala deste bloco central que há décadas abulicamente nos deixa em letargia, mas não, não vai com denúncias, vai com acções, firmes e escorreitas, contra a mediocridade deste facilitismo que impingem aos nossos filhos para que continuem a ser não os «Cordeiros de Deus», antes tão-só cordeiros, os deles.
Deixemo-nos de novelas, Bigs ou Pias! Jogue-se essa merda para o lixo e associemo-nos na essência, no totem.
08 janeiro 2004
Reparem lá bem em Marte
O solo tem mesmo uma coloração ferrosa. O céu, sim, aquele céu não é celeste, é mais rosado..., de Mateus..., mas...
mas, diacho, pelo que esta imagem nos permite ver, parece haver muito menos calhaus que cá!
Será?
06 janeiro 2004
Prontos
A Tasqueira tirou-me de Venus. Lá se foram os meus "Shocking Blue". Já não bastava Le Tasque, agora arrebentamos rins com o Le Tasque Faq's!
ps: peço desculpa por não ter ainda manifestado a minha opinião sobre a crise nacional, mas aproveito para, aqui, sem qualquer rebuço, dizer que também não acho que o Presidente tenha andado a enrabar meninos. Já o outro, também não. Desculpem a demora na divulgação da minha opinião.
ps: peço desculpa por não ter ainda manifestado a minha opinião sobre a crise nacional, mas aproveito para, aqui, sem qualquer rebuço, dizer que também não acho que o Presidente tenha andado a enrabar meninos. Já o outro, também não. Desculpem a demora na divulgação da minha opinião.
Ora espreitem lá estes excertos
Está a perder-se o elo social tradicional, a credibilidade, como se houvesse de um lado aqueles que definem os factos e do outro os que definem os valores. A invocação do valor parece depender das oportunidades políticas.
Estamos a assistir ao colapso da dicotomia facto/valor. Não há duvida que "Precisamos de pensar sem demora um mundo que sai, de maneira lenta e brutal ao mesmo tempo, de todas as suas condições adquiridas de verdade, de sentido e de valor". O pensamento ocidental nunca suportou o vazio da significação, o não-lugar e o não-valor: sempre recorreu a um lugar, a uma economia, a uma transcendência. Afinal, todos os sistemas assentam na noção de fiabilidade, componente essencial das instituições da modernidade.
A dificuldade para a ética radica no predomínio da distância nas formas de relação pessoal. À relação face a face impõe-se hoje uma relação predominantemente centrada no cognitivo e no virtual. A sociedade digital afecta substancialmente as formas de vida em sociedade, mudando o âmbito das crenças em torno do conhecimento e dos valores.
Se a modernidade é dominada pelo epistémico e pela crítica, a pós-modernidade é-o pela comunicação e pela oscilação do "princípio de realidade". A crise da consciência passa, obviamente, pelo apagamento humanista da determinação, do juízo de valor e da procura da verdade. É interessante saber que no domínio da literatura, quando se pretende determinar o específico do pós-modernismo, se fala igualmente de "transgressão dos níveis ontológicos e de vacilação entre diversos graus de realidade" (McHale 1987: 228). O "efeito global de desenraizamento" que as novas tecnologias dos "media" impuseram denuncia em que mundo de "fabula" vivemos em que tudo vale tudo.
Se vos picaram podem ler o ensaio, na íntegra, na única revista on-line de arte e cultura que conheço em Portugal, a Interact, mais concretamente aqui, da autoria de José Augusto Mourão e de José Casquilho, sob o título “A Fidúcia em Crise”.
Estamos a assistir ao colapso da dicotomia facto/valor. Não há duvida que "Precisamos de pensar sem demora um mundo que sai, de maneira lenta e brutal ao mesmo tempo, de todas as suas condições adquiridas de verdade, de sentido e de valor". O pensamento ocidental nunca suportou o vazio da significação, o não-lugar e o não-valor: sempre recorreu a um lugar, a uma economia, a uma transcendência. Afinal, todos os sistemas assentam na noção de fiabilidade, componente essencial das instituições da modernidade.
A dificuldade para a ética radica no predomínio da distância nas formas de relação pessoal. À relação face a face impõe-se hoje uma relação predominantemente centrada no cognitivo e no virtual. A sociedade digital afecta substancialmente as formas de vida em sociedade, mudando o âmbito das crenças em torno do conhecimento e dos valores.
Se a modernidade é dominada pelo epistémico e pela crítica, a pós-modernidade é-o pela comunicação e pela oscilação do "princípio de realidade". A crise da consciência passa, obviamente, pelo apagamento humanista da determinação, do juízo de valor e da procura da verdade. É interessante saber que no domínio da literatura, quando se pretende determinar o específico do pós-modernismo, se fala igualmente de "transgressão dos níveis ontológicos e de vacilação entre diversos graus de realidade" (McHale 1987: 228). O "efeito global de desenraizamento" que as novas tecnologias dos "media" impuseram denuncia em que mundo de "fabula" vivemos em que tudo vale tudo.
Se vos picaram podem ler o ensaio, na íntegra, na única revista on-line de arte e cultura que conheço em Portugal, a Interact, mais concretamente aqui, da autoria de José Augusto Mourão e de José Casquilho, sob o título “A Fidúcia em Crise”.
Prontos, tá bem, eu digo
Shocking Blue, "Venus" e podem ver aqui a capa original.
Desculpem, mas quero continuar a ouvir.
Desculpem, mas quero continuar a ouvir.
03 janeiro 2004
Um pouco ausente, sem vontade
para aqui escrever. Nada de especial, apenas sem vontade. Talvez pela quadra, pelo especial aconchego familiar que sempre me atinge...
Recebi umas prenditas, uma delas de piratice, da minha sobrinha, arrasando os direitos de autor que defendo, mas que ainda não parei de ouvir em mp3, em "replay", até à exaustão. É de Julho de 69, a edição em single, faz-me reviver com alegria a inocência da minha adolescência, onde por inocência fiz o que não me arrependo e que hoje não seria capaz de fazer...!
O que mudou?
A inocência?
Não, acho..., o que mudou foi o filho da puta do normativo social que eu, sem conscientemente me aperceber, me fui paulatinamente impondo.
Ora foda-se, estou outro, sem querer e sem saber e, ainda por cima, não me sinto mal. Mas então porque teimo em gratamente recordar?
Deixo-vos a letra para ver se algum de vós lá chega.
A goddess on a mountain top
Was burning like a silver flame
The summit of beauty and love
And Venus was her name
She's got it
Yeah, baby, she's got it
Well, I'm your Venus
I'm your fire at your desire
Well, I'm your Venus
I'm your fire at your desire
Her weapon were her crystal eyes
Making every man mad
Black as a dark night she was
Got what no one else had
Wow!
She's got it
Yeah, baby, she's got it
Well, I'm your Venus
I'm your fire at your desire
Well, I'm your Venus
I'm your fire at your desire
Ah-ah-ah-ah-ah-ah-ah!
Ah-ah-ah-ah-ah-ah-ah!
She's got it
Yeah, baby, she's got it
Well, I'm your Venus
I'm your fire at your desire
Well, I'm your Venus
I'm your fire at your desire
Recebi umas prenditas, uma delas de piratice, da minha sobrinha, arrasando os direitos de autor que defendo, mas que ainda não parei de ouvir em mp3, em "replay", até à exaustão. É de Julho de 69, a edição em single, faz-me reviver com alegria a inocência da minha adolescência, onde por inocência fiz o que não me arrependo e que hoje não seria capaz de fazer...!
O que mudou?
A inocência?
Não, acho..., o que mudou foi o filho da puta do normativo social que eu, sem conscientemente me aperceber, me fui paulatinamente impondo.
Ora foda-se, estou outro, sem querer e sem saber e, ainda por cima, não me sinto mal. Mas então porque teimo em gratamente recordar?
Deixo-vos a letra para ver se algum de vós lá chega.
A goddess on a mountain top
Was burning like a silver flame
The summit of beauty and love
And Venus was her name
She's got it
Yeah, baby, she's got it
Well, I'm your Venus
I'm your fire at your desire
Well, I'm your Venus
I'm your fire at your desire
Her weapon were her crystal eyes
Making every man mad
Black as a dark night she was
Got what no one else had
Wow!
She's got it
Yeah, baby, she's got it
Well, I'm your Venus
I'm your fire at your desire
Well, I'm your Venus
I'm your fire at your desire
Ah-ah-ah-ah-ah-ah-ah!
Ah-ah-ah-ah-ah-ah-ah!
She's got it
Yeah, baby, she's got it
Well, I'm your Venus
I'm your fire at your desire
Well, I'm your Venus
I'm your fire at your desire
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